E se 2020 virar uma tragédia? Corra para as ações do Itaú, Bradesco e Banco do Brasil
À medida que mais países começam a discutir a reabertura da economia, após as medidas de isolamento social causadas pelo coronavírus, cresce o medo de um retorno da pandemia. Isso poderia aprofundar ainda mais a crise econômica que já se avista. Mas há salvação, mesmo no pior dos mundos.
Esta é a opinião do Banco Santander (SANB11), em relatório assinado por Henrique Navarro que procura prever o que aconteceria com as ações dos grandes bancos brasileiros, no pior cenário possível de pandemia.
A conclusão é que elas são praticamente indestrutíveis, a ponto de o Santander reforçar sua recomendação de compra.
Para criar o pior cenário possível, Navarro recorreu a algumas variáveis. Elevou, por exemplo, em 86% a provisão para provedores duvidosos do Banco do Brasil (BBAS3), Bradesco (BBDC4) e Itaú Unibanco (ITUB4), totalizando R$ 7 bilhões.
“Ainda assim, mesmo esse cenário não seria suficiente para transformar os lucros do ano em prejuízo”, afirma o analista. Um dos múltiplos mais usados, a relação Preço/Lucro (P/L) mal detectaria a deterioração dos números, subindo de 10,2 vezes para 10,7 vezes.
Na prática, isso significaria que o investimento (preço) demoraria apenas um pouco mais para se pagar com os lucros gerados.
O ROE médio (retorno sobre patrimônio líquido), por exemplo, ainda ficaria em 12% ao ano – bem acima de um título de renda fixa, no momento em que a Selic está no seu menor patamar e a Bolsa acumula perdas no ano.
Impacto do pior cenário traçado pelo Santander sobre as ações de bancos
Para o Santander, o pior impacto sobre os bancos deve vir no segundo trimestre, período em que recaiu a maior parte da quarentena determinada por prefeitos e governadores para combater a pandemia.
“Mestres em se proteger”
Mas, segundo o relatório, há um fator que deve suavizar esse choque: os bancos brasileiros são “mestres” em antecipar crises e, portanto, reforçam suas provisões em tempos bons para usá-las em tempos ruins.
Outro quadro que chama atenção é o do impacto de uma hecatombe econômico-sanitária sobre o preço-alvo das ações, calculado pelo Santander. O mais afetado seria o Banco do Brasil, cujo preço seria cortado em 11%. Bradesco e Itaú sentiriam um baque menor: 6% de revisão.
E o que isso quer dizer, na prática? Que, segundo o Santander, se a crise econômica se transformar num verdadeiro apocalipse e o valor justo dos bancos brasileiros cair, as ações ainda teriam potencial surpreendente de alta: 75% para o Bradesco, 72% para o Banco do Brasil, e 45% para o Itaú.
Nada mal, se você precisar emergir dos destroços de 2020 com algum dinheiro.