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Dublin sai vencedora em fuga de empresas financeiras por Brexit

16 out 2019, 14:45 - atualizado em 16 out 2019, 14:45
332 empresas realocaram parte de seus negócios, transferindo funcionários ou abrindo entidades na UE – incluindo 60 que têm feito preparativos desde março, o prazo original do Brexit

O setor financeiro está preparado para o Brexit, independentemente do estado das negociações políticas: centenas de bancos e gestoras de recursos planejaram a transferência de milhares de funcionários para suas bases na União Europeia diante do impacto, segundo um novo estudo.

O New Financial, um grupo londrino que analisa o setor, disse em relatório divulgado na quarta-feira que identificou 332 empresas que realocaram parte de seus negócios, transferiram funcionários ou abriram entidades na UE – incluindo 60 que têm feito preparativos desde março, o prazo original do Brexit. Dublin recebeu mais empresas, à frente de Luxemburgo e Paris.

“Muitas grandes empresas estão com novas entidades na UE em funcionamento há meses e, tendo gastado dezenas ou centenas de milhões de dólares em realocação, não vão transferir os negócios de volta para o Reino Unido tão cedo”, disseram Eivind Friis Hamre e William Wrightda, do New Financial, no relatório.

Enquanto isso, as negociações do Brexit entre o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, e a UE estão à beira de um colapso, aumentando a probabilidade de que o país deixe o bloco sem acordo ou período de transição em 31 de outubro. Uma saída sem acordo, que foi rejeitada pelo parlamento do Reino Unido, corre o risco de causar turbulência econômica no Reino Unido e grande volatilidade no mercado.

Embora muitos bancos tenham delineado seus planos de transição, alguns foram repreendidos por reguladores para que esperassem até o último momento antes do Brexit para executá-los. Associações empresariais também alertaram que pequenas empresas, em particular, estão contando com a sorte sobre os efeitos de um Brexit sem acordo.

Reguladores do Reino Unido e da UE passaram meses tentando conter danos ao núcleo do sistema financeiro, e o Banco da Inglaterra disse no início deste mês que as instituições financeiras estão preparadas para as consequências.

“No caso de um Brexit sem acordo, as empresas devem aumentar significativamente a equipe em suas operações locais na UE”, afirmou o relatório.

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