Duas perguntas para o Marfrig (MRFG3) responder para investidores e pecuaristas
Ao anunciar nova fábrica de hambúrgueres no Mato Grosso do Sul, a maior fabricante mundial do preferido do food service poderia responder apenas duas perguntas, entre tantas, que os produtores de boi do estado e até investidores na bolsa estão querendo saber. A Marfrig (MRFG3) vai adicionar mais 24 mil toneladas anuais ao seu mix de 220 mil.
No momento em que há uma forte pressão sobre o animal no Brasil – no MS na casa do R$ 270 – a questão sobre as compras é mais que óbvia para os pecuaristas.
Para os investidores, a margem é importante fator de decisão, quando o ganho projetado versus custos é compensador, estando diretamente ligada à originação – ou não – de mais matéria-prima. Implica ainda no prazo e qualidade da da amortização do investimento (R$ 130 milhões).
A notícia, da sexta, pelo menos não influenciou positivamente as ações, que caem desde o dia 22, e agora, às 14h20, recua 0,77%, a R$ 14,10.
Money Times perguntou e vai atualizar esse texto se e quando o frigorífico responder.
1- A unidade de Bataguassu, perto da divisa paulista, tem capacidade para 1.250 abates diárias, pelo menos nas informações conhecidas, e irá comprar mais bois para atender a demanda requisitada na nova linha de hambúrgueres?
Numa conta básica, considerando o produto padrão, vão cerca de 70% de carne em cada rodela, mais uns 25% de gordura animal e condimentos.
2- Haverá um remanejamento da carne produzida no abatedouro, sem necessidade de aumentar a programação de compra, tirando um pouco da venda ao atacado e varejo da in natura, e a depender do blend?
Basicamente, para hambúrguer de linha comercial popular, vai apenas carne moída de dianteiros, como acém, peito e pescoço. No mais nobre, inclusive de mercado externo, prevalece o blend com cortes traseiros. Ou os diferenciados, como os de picanha.