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Duas métricas serão cruciais para o Walmart na divulgação do seu balanço amanhã

15 maio 2019, 13:46 - atualizado em 15 maio 2019, 14:04
Consideramos que a varejista é uma boa candidata para qualquer carteira defensiva, em um momento em que as ameaças ao crescimento global estão aumentando, disse o analista

Por Investing.com (Haris Anwar/Investing.com)

Quando o Walmart Inc. (NYSE:WMT) divulgar seus resultados do primeiro trimestre amanhã, os investidores ficarão de olho em duas métricas cruciais: vendas nas mesmas lojas e crescimento no comércio eletrônico. E há uma boa chance de que a maior varejista de lojas físicas do mundo não irá decepcionar.

Uma recuperação das vendas nas mesmas lojas, iniciada no terceiro trimestre do ano fiscal de 2015, ganhou força no ano fiscal de 2019 da companhia. Com base em seu último balanço, em fevereiro, as vendas comparáveis nas lojas cresceram por 17 trimestres consecutivos nos EUA.

Esse ciclo de crescimento foi impulsionado por diversos esforços fundamentais: o enorme investimento da companhia em seus canais online, seu foco em lojas mais limpas e bem estocadas, além de melhorias em suas ofertas de supermercado. A área de comércio eletrônico do Walmart teve uma expansão de cerca de 40% nos últimos três balanços, mostrando que a megavarejista não está disposta a ceder terreno para a gigante do e-commerce, Amazon (NASDAQ:AMZN).

De fato, a concorrência da Amazon está fazendo com que o Walmart seja mais eficiente e utilize plenamente sua enorme presença física que nenhum outro playerdo comércio eletrônico possui. Um exemplo recente dessa intensificação da concorrência ocorreu quando o Walmart agiu rapidamente para se igualar ao serviço de entrega de um dia que a sua rival anunciou no mês passado para todos os membros do Amazon Prime.

O forte crescimento da companhia manteve a força das ações do Walmart no ano passado, quando elas dispararam 19% em comparação com a expansão de apenas 4% do índice de referência S&P 500 no mesmo período.

Risco chinês

O futuro não parece muito promissor para o setor de varejo. Os ventos contrários estão ganhando força, à medida que os EUA e a China continuam envolvidos em uma guerra comercial que pode prejudicar o sentimento dos consumidores e aumentar os custos. Tanto os EUA quanto a China anunciaram, nesta semana, que elevarão suas tarifas sobre importações depois da falta de avanço nas tratativas comerciais.

Em uma carta ao Representante de Comércio dos EUA, Robert Lighthizer, no último mês de setembro, o Walmart alertou que a tarifa de 25% sobre a importação de produtos chineses aumentaria seus custos. “[O que pode acontecer é que] os consumidores vão pagar mais, os fornecedores receberão menos, as margens do varejo serão menores ou os consumidores comprarão menos produtos ou deixarão de comprar por completo”, afirmava a carta.

Sem dúvida, a elevação dos preços para os consumidores será uma escolha difícil para a megavarejista, por causa da natureza política da disputa, mas, em nossa visão, o Walmart está mais bem posicionado para superar seus rivais. Isso se deve principalmente ao maior poder oferecido por seu tamanho para pressionar os fornecedores a oferecer melhores preços se a disputa entre EUA e China se prolongar e se tornar uma guerra comercial aberta.

Resumo

Apesar dos riscos de curto prazo, gostamos das ações do Walmart para investidores de longo prazo e consideramos que a varejista é uma boa candidata para qualquer carteira defensiva, em um momento em que as ameaças ao crescimento global estão aumentando. Alguns investidores podem achar que os papéis do Walmart, que fecharam ontem com valorização de 0,4%, a US$ 100,26, estão caros por causa do seu múltiplo de preço/lucro de cerca de 20.

Mas essa preocupação ignora o fato de que a varejista não é a mesma empresa de cinco anos atrás. Com seu momentum atual no comércio eletrônico e suas fortes operações físicas, acreditamos que qualquer correção após a divulgação dos resultados oferecerá um bom ponto de entrada para investidores de longo prazo.

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