Duas empresas “únicas” empatam entre as small caps mais recomendadas de 12 analistas

O mês de agosto não deu trégua para o investidor. A forte safra de resultados foi incapaz de levantar “a moral” do Ibovespa. No período, o principal índice da Bolsa brasileira tombou 2,48%.

Segundo o BB Investimentos, ao mesmo tempo em que essa temporada de balanços entregou bons lucros, há menos espaço para revisões (para cima) das estimativas de resultado das empresas, fator que pressiona o mercado para a realização de lucros.

“A falta de “eventos” positivos que impulsionam os números das companhias deixa o mercado ainda mais atento em relação ao agravamento ou melhora dos indicadores de risco e taxas de desconto incorporadas no processo de avaliação (valuation) de empresas, movimento que vimos ocorrer nas últimas semanas”, afirma. 

Na visão do BTG Pactual, embora a economia esteja se recuperando bem, a discussão mais recente sobre um programa social ampliado e espaço fiscal menor do que o esperado originalmente em 2022 preocupa os investidores.

“Para expandir o programa social e lidar com a situação criada por esses precatórios, alguns temem que o governo possa violar o teto de gastos removendo uma ou ambas as despesas da regra de teto de gastos por meio de uma emenda constitucional”, completa. 

O banco também lembra que taxas de longo prazo mais altas podem ter um impacto negativo sobre os investimentos, o que, combinado com o aumento das taxas de curto prazo (para combater a inflação), “terá impacto negativo sobre o crescimento econômico daqui para frente”.

E as empresas small caps também não escaparam da derrocada dos mercados. O índice small caps, após ter batido seu recorde histórico no dia 24 de junho (3.232 pontos), foi decaindo, com a tendência baixista se acentuando do final de julho em diante, sendo que em agosto o índice derreteu 3,8%.

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“A possibilidade que se apresenta, caso não rompa para baixo esta última mínima de 2.660 pontos, é de reação ao longo de setembro”, lembra o BB Investimentos. 

Para sobreviver a esse cenário de turbulência, não tem jeito: é necessário ter uma carteira com boas empresas. Pensando nisso, o Money Times realizou levantamento com 12 analistas para descobrir as melhores ações small caps. 

Essas companhias, menores que as blue chips (grandes companhias da Bolsa), mas maiores que as microcaps, costumam ser conhecidas como ações de segunda ou terceira linha, mas que têm grande potencial de retorno.

No total, 72 ativos foram recomendados pelo menos uma vez, entre units, ações preferenciais e ordinárias. Esse conjunto de papéis somou 99 indicações.

Quem comprar?

Duas ações novatas empataram entre as favoritas: Méliuz (CASH3) e Petz (PETZ3), com quatro indicações cada. Ambas as empresas têm em comum o fato de serem únicas em seus setores. A primeira por atuar no segmento de cashbacks e a segunda no varejo de artigos relacionados aos animais de estimação. 

Segundo a Nu Invest, a queda de 40% das ações da Méliuz pode assustar em um primeiro momento. Mas isso, na verdade, abre uma oportunidade de compra.

“Oscilação faz parte do jogo e ainda bem que ela existe pois assim podemos aproveitar as ocasionais irracionalidades do mercado […]. Teses como as de Méliuz, entre outras, mesmo com as ações performando no curto prazo, possuem expectativas que podem só se concretizar daqui a alguns anos”, completa.

No caso da Petz, a empresa conseguiu se safar da baixa dos mercados, subindo 15% no mês. Muito disso se deve às excelentes aquisições da Cansei de Ser Gato (CDSG) e da Zee.Dog, diz a Nu Invest.

“Uma das maiores plataformas digitais de conteúdo e produtos exclusivos para gatos, um segmento ainda incipiente, principalmente se comparado ao mundo dos cães, a CDSG tem grande potencial de agregar mais valor, fluxo de clientes e vendas para a Petz”, completa.

Participaram do levantamento: Ágora, BB Investimentos, BTG Pactual, Nu Invest, Elite, Genial, Guide Investimentos, Inversa, Mirae, Santander, XP Investimentos e Terra.

O Money Times publica matérias de cunho jornalístico, que visam a democratização da informação. Nossas publicações devem ser compreendidas como boletins anunciadores e divulgadores, e não como uma recomendação de investimento.

Veja a seguir as indicadas