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Drogas para diabetes e obesidade poderiam tratar Covid, diz Novo Nordisk

04 set 2020, 11:55 - atualizado em 04 set 2020, 11:55
A Novo está conduzindo novas pesquisas sobre os medicamentos e divulgará resultados se puder comprovar os dados preliminares (Imagem: Facebook/Novo Nordisk Brasil)

A farmacêutica dinamarquesa Novo Nordisk estuda se uma nova classe de medicamentos para o controle de peso e diabetes também tem potencial para combater a Covid-19.

Pesquisam mostram que pessoas obesas e diabéticas têm mais dificuldade para superar o SARS-CoV-2. Agora, uma análise inicial de registros médicos eletrônicos mostra que os medicamentos GLP-1, que ajudam pacientes a controlar os níveis de açúcar no sangue, podem ser uma “terapia muito significativa” para ajudar diabéticos na batalha contra a Covid-19, disse o diretor científico da Novo, Mads Krogsgaard Thomsen, em entrevista. Ele destacou evidências de que o vírus ataca as células que produzem a insulina.

“A indicação inicial é de que a classe GLP-1 é realmente benéfica na Covid-19”, disse. “Isso não é inesperado porque esta é a classe de agentes que têm como alvo os fatores de risco para resultados ruins da Covid-19.”

Os fármacos GLP-1 incluem o Ozempic, para diabetes, e Saxenda, para obesidade, da Novo. As vendas desses medicamentos, que também incluem o Trulicity, da Eli Lilly, e Bydureon, da AstraZeneca, totalizaram mais de US$ 11 bilhões no ano passado, de acordo com relatório da Grand View Research.

Corrida para tratamentos

A Novo, maior fabricante mundial de medicamentos para diabetes, estuda o papel que esses fármacos podem desempenhar, enquanto pesquisadores e governos tentam encontrar tratamentos para combater o coronavírus. No mês passado, os EUA liberaram o uso de plasma convalescente – que usa sangue de pessoas que se recuperaram da Covid-19 para ajudar pacientes atualmente infectados – em caráter de emergência para alguns casos.

Pacientes com Covid-19 podem sofrer uma inflamação na qual o sistema imunológico reage exageradamente ao vírus, causando danos que são piores do que a própria infecção. Estudos mostram que a semaglutida, o ingrediente-chave do Ozempic, “atenua a inflamação sistêmica” em pessoas com diabetes e obesidade, disse Thomsen.

A Novo está conduzindo novas pesquisas e divulgará resultados se puder comprovar os dados preliminares, afirmou. Thomsen acrescentou que não há evidência clínica de que os medicamentos GLP-1 tenham um efeito antiviral na Covid-19.

Pesquisas mostram que pessoas obesas e com sobrepeso correm alto risco de se enquadrarem entre casos graves de Covid-19. No mês passado, um estudo francês revelou que apenas uma em cada 10 pessoas em tratamento intensivo de Covid-19 estava em uma faixa de peso saudável. Outro relatório publicado em agosto destacou a possibilidade de que futuras vacinas para a Covid-19 possam ser menos eficazes para indivíduos obesos devido a uma resposta imunológica mais fraca.

“Obesidade, hipertensão e diabetes são grandes fatores de risco para resultados ruins”, de acordo com Thomsen. “Mas também para que o vírus aumente a pressão sobre a condição cardiometabólica.”

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