Política

Doria pede suspensão de dívidas dos Estados por 1 ano e cobra serenidade de Bolsonaro

25 mar 2020, 11:11 - atualizado em 25 mar 2020, 11:11
São Paulo
O governador de São Paulo cobrou de Bolsonaro liderança séria em meio à pandemia que afeta com mais intensidade a mair cidade do Brasil (Imagem: Reuters/Leonardo Benassatto)

O governador de São Paulo, João Doria, pediu nesta quarta-feira em videoconferência com o presidente Jair Bolsonaro e demais governadores do Sudeste a suspensão por um ano do pagamento das dívidas dos Estados com a União, e cobrou diretamente Bolsonaro para que lidere o país com serenidade em meio à crise gerada pela pandemia do coronavírus, disseram fontes à Reuters.

Segundo pessoas que tiveram acesso ao encontro virtual, mas que falaram em condição de anonimato, Doria iniciou sua fala lamentando o pronunciamento feito na noite de terça-feira por Bolsonaro em cadeia nacional, no qual minimizou a pandemia de coronavírus e criticou as medidas de restrição à circulação adotadas por governadores.

O governador paulista disse, dirigindo-se ao presidente, que ele deveria “dar o exemplo” e “liderar o país, não dividi-lo”.

Bolsonaro reagiu com agressividade à fala do governador e, nas palavras de uma das fontes, “partiu para o MMA”. Em sua tréplica, Doria apenas disse que o presidente precisará de “muita calma, muito equilíbrio e serenidade” para liderar o país nesta crise, que chamou de gravíssima.

O governador paulista também fez elogios ao ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, também presente ao encontro, ao destacar o que chamou de “forma republicana” do ministro, além do seu “equilíbrio”.

Além da suspensão do pagamento das dívidas com a União por 12 meses, Doria defendeu ainda que o governo federal atue junto ao Banco Mundial e ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) pela suspensão, também por um ano, do pagamento das dívidas dos Estados com esses organismos multilaterais de crédito.

João Doria Jair Bolsonaro
Bolsonaro reagiu com agressividade à fala do governador (Imagem: Reuters/Adriano Machado)

O tucano também pediu que portos e aeroportos sigam abertos para permitir a importação de insumos, a antecipação do pagamento de parcelas da Lei Kandir aos Estados e a alertou que o governo paulista tomará medidas judiciais caso o Ministério da Saúde atue para confiscar equipamentos médicos, como respiradores, adquiridos por São Paulo.

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