Doria, Leite e Moro: entenda a dança das cadeiras na política na última semana
Após sair da corrida pela presidência, o ex-governador de São Paulo João Doria (PSDB) voltará a trabalhar na iniciativa privada, conforme anunciou nesta segunda-feira (13).
Também no dia de hoje, Eduardo Leite (PSDB) anunciou mudanças em seus planos com relação ao governo do Rio Grande do Sul, enquanto o ex-juiz Sergio Moro (União Brasil) informou que nesta terça-feira (14) fará pronunciamento sobre seu futuro político frente a seu partido.
Com as eleições cada vez mais próximas, as recentes mudanças marcam expectativas de ritmo intenso na vida política brasileira pelos próximos meses.
Doria sai da vida pública — por enquanto
Em evento com jornalistas, Doria informou que sairá da vida política.
“A partir de agora, retorno para minha vida privada”, disse.
O tucano explicou que continuará filiado a seu partido, o PSDB, e que atuará como conselheiro no grupo empresarial Lide, do qual é um dos fundadores.
O ex-chanceler Celso Lafer e o ex-ministro Henrique Meirelles participarão do conselho ao lado de Doria, que não terá função executiva no grupo e nem será remunerado.
O tucano também anunciou que a saída pode não ser irreversível.
“Por enquanto, sigo na iniciativa privada. Mas não significa para sempre”, afirmou.
Eduardo Leite volta atrás
O ex-governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite anunciou também nesta segunda que concorrerá à reeleição ao governo do estado.
“Comunico hoje, aos gaúchos e gaúchas, que eu sou pré-candidato ao governo do Rio Grande do Sul”, disse.
“Com muita humildade, eu aceito novamente o desafio de liderar o projeto.”
Leite havia renunciado ao cargo de governador no dia 31 de março, em meio a uma série de disputas internas no PSDB sobre quem deveria ser o candidato à presidência pela legenda.
Na ocasião, Leite disse que sua renúncia não se dava especificamente por conta da corrida à presidência, e que tinha possibilidades em aberto.
Hoje, o tucano explicou a mudança de planos quanto ao governo do estado.
“Eu mudei de opinião, mas não mudei de princípios. Por isso, eu disse que a renúncia me abria todas as possibilidades, não me retirava nenhuma”, disse.
Acordos e desacordos
Leite e Doria disputaram prévias dentro do partido para a disputa presidencial.
Mas, mesmo após sair vitorioso, Doria continuou a enfrentar resistências dentro do PSDB, o que acabou culminando em sua desistência da corrida e posterior saída da vida pública.
A especulação é a de que a candidatura de Leite faz parte de um acordo nacional entre seu partido, o PSDB, e o MDB, partido cuja filiada Simone Tebet ganhou o espaço de concorrente da chamada terceira via à presidência– em troca do apoio a Tebet, o PSDB teria apoio dos MDB no Rio Grande do Sul.
Moro também muda planos
Na última terça-feira (7), Sergio Moro (União Brasil) sofreu mais um revés em seus planos para concorrer a um cargo nas próximas eleições do Brasil — Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE – SP) rejeitou a transferência eleitoral do ex-juiz, impedindo-o de se candidatar por São Paulo.
Moro já sinalizou a aliados que o caminho mais provável será uma candidatura a cargo por seu estado natal, o Paraná.
Nesta segunda, o ex-juiz anunciou que fará uma coletiva de imprensa no dia de amanhã (14) para esclarecer pontos sobre seu futuro político.
Amanhã, terça, às 11h, concederei uma entrevista coletiva em Curitiba para falar acerca do meu destino junto com o União Brasil no Paraná. https://t.co/GrhQZhhMAD
— Sergio Moro (@SF_Moro) June 13, 2022
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