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Donald Trump dá belo empurrão para Gerdau na Bolsa

18 fev 2018, 10:39 - atualizado em 18 fev 2018, 10:39
Margem Ebitda nas operações da América Norte pode dobrar, estima o Credit Suisse

O Departamento de Comércio dos EUA definiu na última sexta-feira (16) que as importações de aço são um risco para a segurança nacional e sugeriu ao presidente Donald Trump, cuja estratégia de governo é a “America First”, que adote medidas para reduzir as compras do material. A notícia caiu como uma luva para a brasileira Gerdau (GGBR4), que tem até 50% das suas receitas vindas das terras gringas, e tem enfrentado dificuldades para aumentar a sua rentabilidade por lá.

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Neste relatório enviado em 11 de janeiro para Trump, agora público (veja abaixo), os especialistas concluem que o único meio efetivo de remover a ameaça é reduzir as importações para um nível que permita que as usinas siderúrgicas norte-americanas operem com 80% ou mais da taxa de utilização da capacidade (atualmente estimada em 72%, segundo o Credit Suisse).

Há três caminhos para o presidente dos EUA decidir até o próximo dia 11 de abril:

1 –  Uma cota global em que todas as importações de aço ficariam em 63% do visto em 2017 para cada país.

1.b – Uma tarifa global de no mínimo 24% em todas as importações de aço a partir de todos os países.

2 – Uma tarifa em um grupo selecionado de países, de 53%, a partir do Brasil, Coreia do Sul, Rússia, Turquia, Índia, Vietnã, China, Tailândia, África do Sul, Egito, Malásia e Costa Rica. Os demais países teriam um limite de exportações a 100% do que foi realizado em 2017.

Impacto

Segundo os analistas Ivano Westin, Renan Criscio e Rafael Cunha do Credit Suisse, esta opcionalidade ainda não foi totalmente precificada nas ações da Gerdau e pode também se traduzir em um maior poder de precificação e ganho de participação de mercado no país.

“Em nosso modelo, incorporamos uma margem Ebitda de 5% na divisão da América do Norte, mas não descartamos um nível de dois dígitos assumindo que os remédios adotados sejam de fato implementados”, explicam. O banco tem a recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado) e um preço-alvo de R$ 19 aos papéis.

“Com a crescente probabilidade de melhorar o cenário competitivo nos EUA (contra importações) e despesas de infraestrutura muito maiores – acreditamos que a Gerdau é o principal beneficiário em nossa cobertura”, aponta o BTG Pactual em uma análise assinada por Leonardo Correa e Gerard Roure. A recomendação é de compra, com preço-alvo de R$ 18.

A notícia se soma ao processo de venda de ativos não essenciais da siderúrgica, que foi acelerado nos últimos meses. Na semana passada, a Gerdau se desfez de duas usinas hidrelétricas por R$ 835 milhões.