Dona de SAF do Vasco vira alvo de questionamentos da imprensa internacional
A 777 Partners, holding que tem participação majoritária na SAF do Vasco da Gama, entrou no radar do New York Times.
O artigo assinado pelo repórter Tariq Panja destaca a situação financeira delicada dos clubes geridos pela 777 em diferentes ligas esportivas.
A holding com sede em Miami é dona de sete times, com destaques para o alemão Hertha Berlim e o italiano Genoa. No mês passado, a 777 iniciou o processo que deve culminar na oitava aquisição: o Everton, tradicional clube inglês mergulhado em uma sombria penúria financeira.
A aquisição de 94% da participação do clube está sujeita a aprovação do órgão regulador do futebol inglês, mas a expectativa é de que, quando concluído, o processo possa dar fim aos mistérios acerca das fontes de financiamento que a dona da SAF do Vasco dispõe.
“O que eles descobrirem pode ter implicações não apenas para o futuro do Everton, um gigante falido, mas também para o resto das equipes com problemas financeiros na rede da 777”, diz a publicação.
Nesse contexto repleto de questionamentos, o New York Times lembra o pagamento pendente que a 777 deve ao Vasco da Gama. O clube carioca espera receber, ainda nesta terça-feira, a última remessa do aporte da 777 Partners previsto para 2023, que totaliza R$ 36 milhões.
Conforme contrato assinado, o clube deveria ter recebido o dinheiro até o dia 5 de outubro, mas a empresa alegou problemas burocráticos no trâmite de transferências internacionais.
Chama atenção, porém, que, em setembro, a empresa realizou um empréstimo de US$ 25 milhões ao Everton, uma soma equivalente ao que era devido ao Vasco no mês passado. A falta de financiamento, ainda que temporária, trouxe problemas ao clube.
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Qual o modelo de negócio da dona da SAF do Vasco?
Uma das perguntas que a reportagem da publicação tenta responder é sobre as formas de financiamento obtidas pela 777 Partners e como a empresa conseguiu fazer aquisições importantes de uma maneira rápida.
A publicação disse ter procurado funcionários e colaboradores da 777, que aceitaram dar entrevistas sem serem identificados. As fontes, então, teriam descrito ao New York Times uma rotina de obrigações administrativas não cumpridas e pagamentos não realizados, colocando dúvida sua capacidade de administrar a rede global de clubes esportivos.
Josh Wander, um dos fundadores da holding, veio a público recentemente em uma carta endereçada aos fãs do Everton para afastar os rumores negativos sobre a sua companhia.
Na carta, Wander e porta-vozes da 777 negam os rumores negativos sobre a companhia e dizem que a “vida real é mais entediante que a ficção” e que a 777 não é uma investidora especulativa.