Dona da corretora brasileira Mercado Bitcoin, 2TM anuncia demissão de 15% da equipe
Empresa-mãe da corretora cripto brasileira Mercado Bitcoin, 2TM anunciou a demissão de 15% da equipe, aproximadamente 100 funcionários, após cortes em junho.
Essa é a mais recente rodada de demissões entre as empresas cripto com sede na América Latina nos últimos meses. Bitso, corretora cripto mexicana, anunciou o corte de 80 funcionários em maio, e Buenbit, corretora cripto argentina, informou no mesmo mês ter reduzido a equipe de 215 para 115 funcionários.
As demissões acontecem em meio à queda no mercado de criptomoedas, incluindo o colapso da rede Terra – atual Terra Classic (LUNC) – bem como uma desaceleração econômica, com o aumento da inflação.
2TM também culpou a falta de uma regulamentação cripto no Brasil, a qual estaria colocando empresas cripto locais em desvantagem.
“Na 2TM, nós unificamos nossas marcas e concluímos a integração das companhias adquiridas em 2021, buscando eficiência e sinergia”, disse a dona da Mercado Bitcoin em uma declaração.
“Mesmo assim, a adversidade na economia continua, e o ambiente competitivo continua deteriorado e injusto sem a aprovação de uma infraestrutura regulatória para criptoativos, com agentes que seguem as leis sendo penalizados contra companhias que ignoram as regras locais”.
‘Lei Bitcoin’: O que dizem especialistas sobre o projeto
que mudará o rumo dos criptoativos no país
Regulamentação cripto no Brasil
Era esperado que o Congresso brasileiro já tivesse aprovado uma regulamentação para as criptomoedas, após o Senado ter aprovado o projeto de lei em abril, mas o projeto sofreu atrasos enquanto aguarda aprovação na Câmara dos Deputados.
Embora tenha recebido caráter de urgência, as chances do PL 4.401/2021, de autoria do deputado Áureo Ribeiro (SD/RJ) ser aprovado não são favoráveis para acontecer neste semestre, antes das eleições presidenciais.
Em julho, o deputado federal Expedito Netto (PSD-RO), relator da proposta na Câmara, rejeitou duas modificações aprovadas pelo Senado: uma delas está relacionada à segregação patrimonial, e a outra obrigava empresas estrangeiras a fazerem um registro de CNPJ para operar no Brasil.
Empresas cripto apresentaram visões diferentes sobre se as modificações deveriam ser incluídas no projeto de lei e como.
Binance, que deu início à aquisição da corretora cripto brasileira Sim;paul, disse ao The Block em julho que apoia a regulamentação no Brasil e demais países.
No entanto, a maior corretora cripto do mundo acredita que empresas menores seriam impactadas negativamente por precisarem atender às novas regulamentações sem um período de ajustes.
A Binance também observou que a proposta aprovada pelo Senado também não explicou suficientemente como as regras de segregação patrimonial se aplicariam a diferentes instituições, criando incertezas.
Em julho, o CEO da Mercado Bitcoin, Reinaldo Rabelo, disse ao The Block que a regulamentação cripto no Brasil é “um passo urgente e fundamental”.
“Padronização, quando bem feita, vai além de ser uma restrição e garante liberdade com responsabilidade”, disse Rabelo. “Traz certeza legal que estimula inovação, investimentos e empreendedorismo, fortalecendo a posição do país na nova economia digital”, acrescentou.
2TM arrecadou US$ 50 milhões em um segundo fechamento para sua rodada de financiamento série B em novembro de 2021. Em janeiro deste ano, a dona da Mercado Bitcoin anunciou a expansão para a Europa, com a aquisição da CriptoLoja, corretora cripto portuguesa.
O CEO da Mercado Bitcoin disse ao The Block que a corretora registrou o maior volume da história em 2021, com transações somando mais de R$ 40 bilhões.
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