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Domínio do dólar segue forte e joga contra planos de Lula de moeda única

25 jun 2024, 12:22 - atualizado em 25 jun 2024, 14:23
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Além de dominar as reservas estrangeiras, o dólar também lidera o faturamento comercial e as transações monetárias em todo o mundo. (Imagem: Pixabay/frycyk01)

O dólar segue como a principal moeda de reserva do mundo e a sua dominância está garantida a curto e médio prazo. Pelo menos, é o que aponta um estudo do Centro Geoeconômico do Atlantic Council.

Segundo os dados do Dollar Dominance Monitor, além de dominar as reservas estrangeiras, o dólar também lidera o faturamento comercial e as transações monetárias em todo o mundo.

A política monetária mais rígida do Federal Reserve, a economia robusta dos Estados Unidos e o aumento dos riscos geopolíticos ajudaram a fortalecer essa dominância da moeda norte-americana, dificultando os planos do Brics de uma moeda alternativa para o bloco.

Em meados de 2023, o grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Irã, Egito, Etiópia e Emirados Árabes Unidos, colocou em pauta adoção de outras moedas, inclusive a criação de uma moeda única entre os países-membros para transações comerciais.

A ideia é diminuir a dependência de dólar e evitar que países em desenvolvimento fiquem expostos à movimentação cambial da moeda americana. No entanto, os esforços de desdolarização seguem em estágios iniciais, puxadas, principalmente, pelas sanções ocidentais contra a Rússia após a invasão da Ucrânia.

Em relação a outras moedas, o estudo aponta que o euro apresentou um enfraquecimento como moeda alternativa ao dólar, sendo que aqueles que buscavam reduzir sua exposição ao risco geopolítico que envolve o euro se voltaram para o ouro.

Já o Sistema de Pagamento Interbancário Transfronteiriço (CIPS) da China adicionou 62 participantes diretos nos 12 meses até maio de 2024. Trata-se de um aumento de 78%, elevando o total para 142 participantes diretos e 1.394 participantes indiretos.

Ainda assim, apesar dos esforços de aumentar a liquidez do iuan por meio de linhas de swap com parceiros comerciais, a participação da moeda chinesa nas reservas globais caiu para 2,3%.

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Lula é a favor de moeda única para substituir o dólar

Desde o início do seu terceiro mandato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se posiciona a favor de criação de moedas únicas entre parceiros comerciais para reduzir a dependência do dólar.

“O que queremos é criar uma moeda que permita que a gente faça negócio sem precisar comprar dólar. Não houve nenhum fórum do mundo que decidiu que o dólar era moeda de referência”, disse Lula, durante a 15º Cúpula do Brics em agosto do ano passado.

Além do Brics, Lula também chegou a negociar uma moeda única entre Brasil e Argentina com o ex-presidente argentino Alberto Fernández, que poderia ser ampliada para outros países do Mercosul.

A nova moeda seria utilizada apenas em transações comerciais e financeiras entre os países, sendo que as nações manteriam suas atuais moedas para uso interno.

*Com informações da Reuters