Volatilidade dá o tom e dólar passa a cair a R$ 5,30 após subir quase 1% mais cedo
O dólar subia ante o real nos primeiros negócios desta terça-feira, captando dia de maior cautela no exterior devido a temores sobre efeitos econômicos de novos bloqueios pontuais em alguns países para conter o aumento de casos de coronavírus.
Às 11:01 (horário de Brasília), o dólar (USDBRL) avançava 0,91%, a 5,3045 reais na venda.
Na B3 (B3SA3), o dólar futuro tinha baixa de 0,66%, a 5,3295 reais.
O real pulou de uma das divisas de pior desempenho no dia para a lista entre as de melhor performance, evidência da intensa volatilidade que aflige o câmbio há tempos. O movimento, contudo, ocorreu em sintonia com a perda de fôlego do índice do dólar ante outras moedas.
Lucas Carvalho, analista da Toro Investimentos, disse que o dólar está sem padrão de comportamento e que a moeda vem oscilando nas últimas semanas de forma “lateralizada”. “A moeda pode continuar oscilando perto de um equilíbrio entre 5,49 reais e 5,29 reais. A tendência é não ter movimentos exclusivos”, afirmou.
O dólar tem estado “preso” entre suas médias móveis de 50 e 100 dias desde meados de junho, depois de entrar nessa faixa entre o fim de maio e os primeiros dias de junho.
Análise técnica da XP Investimentos diz que, acima de 5,388 reais, a cotação buscaria 5,513 reais ou 5,986 reais. Os suportes estão em 5,133 reais e 4,821 reais.
Mais cedo, o dólar chegou a subir quase 1% na esteira de um dia mais negativo nas praças financeiras globais diante de preocupações relacionadas à Covid-19. O mercado ainda aguardava os resultados de novo teste de coronavírus feito pelo presidente Jair Bolsonaro.
Na véspera, o dólar subiu a despeito do clima mais positivo nos mercados internacionais. Analistas chamaram atenção para o menor volume de negócios e para a retomada do trade “compra de bolsa/compra de dólar”, aproveitando-se do hedge mais barato na esteira da Selic nas mínimas históricas.
O giro no mercado de dólar futuro da B3 ficou na segunda-feira 35% abaixo da média diária das 30 sessões anteriores.
Ainda na segunda, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que a expectativa da autoridade monetária é que o que chamou de novo equilíbrio entre juro mais baixo e taxa de câmbio mais desvalorizada tende a persistir no país “durante um tempo”.