Mercados

Dólar: Veja o que está na agenda dos investidores; moeda recua 1% hoje

29 abr 2022, 9:14 - atualizado em 29 abr 2022, 9:16
Dólar
Mercado agora espera mais estímulos econômicos na China e uma possível redução no escrutínio regulatório. (Imagem: Pixabay/Engin_Akyurt)

O dólar (USDBLR) recuava 1,1% na abertura do pregão desta sexta-feira (29), a R$ 4,8877, após no dia anterior fechar com a maior queda em mais de uma semana . 

Os mercados globais amanhecem mistos, com futuros do S&P recuando 0,7% e o Stoxx 600 subindo 0,8%, após resultados aquém do esperado da Amazon impactarem novamente o sentimento dos investidores em relação às empresas de tecnologia.

Na China, o índice de Hang Seng subiu 4,0%, puxado pelas ações de tecnologia (Alibaba +15,7% e Meituan +15,5%), à medida que o governo chinês pontuou que o foco agora será fazer ajustes e balancear o crescimento econômico junto as medidas restritivas para conter o avanço da pandemia.

A XP Investimentos destaca que o mercado agora espera mais estímulos econômicos na China e uma possível redução no escrutínio regulatório sobre as empresas de tecnologia.

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Ajuste do dólar

O ajuste do dólar ocorre em sintonia com as oscilações de ativos considerados “proxies” para demanda por risco no exterior, que se recuperaram na segunda metade do pregão.

O real é tido como uma moeda de beta alto ou seja, reage de forma mais dilatada às oscilações de “benchmarks” externos, entre os quais as bolsas de valores nos Estados Unidos  e o dólar australiano.

O fim do mês traz volatilidade adicional ao mercado de câmbio, conforme se acirra a “briga” entre “comprados” e “vendidos” em dólar, que buscam cotações mais convenientes a suas posições.

A Ptax de fechamento do mês que serve de referência para liquidação de contratos futuros de dólar, swaps cambiais e outros derivativos será definida na sexta-feira, mas já nos dias anteriores a “disputa” aumenta.

E uma importante dose de instabilidade se mantém no mercado.

Na quinta, uma medida da incerteza sobre os rumos da taxa de câmbio para daqui até outubro saltou ao maior patamar em três anos e meio, com um rali imparável da moeda norte-americana no exterior, mas também num reflexo do cenário nebuloso no Brasil até as eleições presidenciais.

“Há riscos que temos pela frente que não estão precificados”, disse o economista-chefe do BV, Roberto Padovani, citando o debate sobre a política econômica brasileira que deverá ganhar tração à medida que as eleições presidenciais se aproximam.

“Em abril veio o primeiro sinal de que temos esses riscos: cenário global mais complicado e debate da política econômica aqui.”

Com isso no radar, o economista projeta que o dólar fechará o ano em R$ 5,50 –bem acima da taxa de R$ 5,00 apontada na mais recente pesquisa Focus do Banco Central e o equivalente a uma alta nominal de 11,33% frente ao fechamento desta quinta.

“Para a gente, essa combinação de riscos mais do que compensa a taxa de juros mais elevada”, disse.

Agenda

A agenda do dia, segundo a Ágora Investimentos:

Europa: Está prevista a nota de setor externo, com os dados de fevereiro e março (9h00). No mesmo horário, sai a Pnad Contínua no trimestre até março, cuja mediana das estimativas aponta para uma taxa de desemprego de 11,4%, de 11,2% no trimestre até fevereiro.

EUA: Teremos a divulgação da inflação ao consumidor, medida pelo PCE (9h30), além do índice PMI de Chicago (10h45), o índice de sentimento do consumidor da Universidade de Michigan (11h00) e o PMI industrial e de serviços da China (22h30).

*Com informações da Reuters

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