Dólar vai cair com a reeleição de Bolsonaro. A quanto?
Quando o presidente Jair Bolsonaro foi eleito, em 2018, há quem apostou em um dólar a R$ 3. Apesar de um enorme otimismo do mercado com ele, candidato pelo PSL à época, o dólar não respondeu tão positivamente na segunda-feira, após o desfecho eleitoral.
A moeda norte-americana disparou 2% no pós-segundo turno e desde então, não parou mais de subir, voltando aos níveis de R$ 4 – patamar inaugurado no curso do segundo turno das eleições de 2002, após o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vencer o primeiro pleito.
Expectativa: dólar a R$ 3
Bolsonaro tornou-se o queridinho do mercado, principalmente, por apresentar um “dream team” para a economia, com o liberal Paulo Guedes prometido para assumir o principal ministério do governo. Além disso, prometeu enxugar a máquina pública e escalar um time apenas de técnicos para assumir as pastas. Foi o suficiente, além do antipetismo, para encantar empresários e investidores.
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Guedes prometeu, e cumpriu, fazer a Reforma da Previdência. As regras de aposentadoria dos brasileiros mudaram e o forte otimismo pela mudança, na qual gerou perspectiva de redução nas contas públicas, levou o mercado a apostar em um dólar a R$ 3.
Realidade: quase R$ 6, máxima histórica
Porém, o dólar nunca esteve abaixo de R$ 3,50 no governo Bolsonaro. Foi justamente com ele no poder que a moeda americana chegou às máximas históricas de R$ 5,97 no movimento intradiário, em maio de 2020, quando a pandemia de covid-19 assombrava as economias globais.
Este ano, a moeda arrefeceu para abaixo de R$ 5, mas o momento da economia global impede que a possível reeleição de Bolsonaro anime os mercado a ponto de furar essa marca.
Efeitos da reeleição
Para o sócio e analista da Ajax Capital, Rafael Passos, um dólar a R$ 4,80 é o cenário mais factível com a reeleição de Bolsonaro, em meio à perspectiva de quedas acentuadas com esse resultado. Porém, a desvalorização não deve durar muito, visto que o cenário internacional segue extremamente volátil.
“Querendo ou não, temos lá fora uma dinâmica mais negativa. E isso pode refletir em um dólar mais sensível nas próximas semanas”, comenta.
O sócio-diretor da Pronto Invest, Vanei Nagem, diz que a tendência é o dólar ficar mais acomodado com Bolsonaro. “Vai cair um pouco mais do que está agora [moeda fechou cotada a R$ 5,30 ontem]. A política econômica seguirá a mesma. Mas também não contamos grandes oscilações”, avalia.
Ressaca eleitoral, feriado e Fed
Em semana de feriado doméstico e decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Nagem acredita que o resultado da eleição fará preço apenas nos próximos dias.
“Depois, o dólar vai se descolar e seguir o mercado externo, com Fed no radar”, comenta, projetando que a moeda pode cair para a faixa entre R$ 5,05 e R$ 5,15. “Depois volta ao normal [acima de R$ 5,20]”, reforça.
A economista-chefe da Veedha Investimentos, Camila Abdelmalack, acrescenta que, passado o primeiro impacto do desfecho eleitoral, não há nada que leva a crer que o dólar vai estar em um patamar muito diferente do que se observou até ontem.
“Se o mercado entender que o resultado da eleição foi muito positivo e entender que, de certa maneira, tinha um ‘pé no freio’ para injeções de recursos no Brasil, pode ser que o dólar aproxime-se mais do R$ 5”, observa.
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