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Dólar vai às mínimas do dia atento a cena política doméstica em meio a início de vacinação

18 jan 2021, 13:15 - atualizado em 18 jan 2021, 13:15
Dinheiro, Dólar
A vacinação é condição necessária, mas não suficiente para o crescimento econômico brasileiro (Imagem: Diana Cheng/Money Times)

O dólar passou a mostrar firme queda ante o real no fim da manhã desta segunda-feira, após oscilar entre altas e baixas na sessão, com investidores de olho no noticiário político doméstico enquanto tem início a campanha vacinal no Brasil contra a Covid-19.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), ponderou que não é o momento de discutir um impeachment do presidente Jair Bolsonaro, depois de na sexta-feira o termo entrar nas discussões de analistas, o que acabou pressionando mais os mercados locais.

A sessão passada ficou marcada pelo pesado noticiário sobre o colapso da saúde pública em Manaus, onde pacientes morreram por falta de oxigênio, e pela escalada de tom entre Bolsonaro; o governador de São Paulo, João Doria (PSDB); e o presidente da Câmara, em plena campanha para definir os novos comandantes da Câmara e do Senado.

O dólar já começou a sessão desta segunda em baixa, e o real tinha um dos melhores desempenhos globais no dia, conforme analistas acompanhavam informações sobre o início da vacinação nacional contra a Covid-19.

A campanha começará às 17h desta segunda, segundo o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello.

Na véspera, a Anvisa aprovou, por unanimidade, o uso emergencial da CoronaVac, imunizante do laboratório chinês Sinovac, e, logo depois, a vacinação teve início com os profissionais de saúde do Hospital das Clínicas, em São Paulo.

O começo da vacinação era citado por profissionais do mercado como fator crucial para a recuperação do Brasil, elemento importante nas análises sobre os rumos da taxa de câmbio, já que uma economia em crescimento tende a atrair mais investimentos estrangeiros com potencial para baixar o preço da moeda norte-americana.

“A vacinação é condição necessária, mas não suficiente para o crescimento econômico brasileiro. A velocidade de vacinação ditará o quão rápido a atividade econômica retornará ao nível pré-pandemia, mas não altera os desafios estruturais que o país enfrenta”, disse a Guide em nota matinal.

Às 12h57, o dólar à vista caía 1,13%, a 5,2438 reais na venda. A cotação oscilou entre baixa de 1,17% (5,2418 reais) e alta de 0,38% (5,3236 reais).

Da pauta macro, o IBC-Br, sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), registrou alta de 0,59% em novembro na comparação com o mês anterior, de acordo com dado dessazonalizado divulgado pelo Banco Central nesta segunda-feira.

A política monetária também estava no radar, com o Banco Central anunciando na quarta-feira sua decisão de juros. Pesquisa Reuters mostrou que o Copom deve manter a Selic na mínima histórica de 2% ao ano, mas provavelmente enfatizar a necessidade de uma normalização da Selic em resposta às pressões inflacionárias.

O entendimento é que esse seria o primeiro passo para se vislumbrar alta de juros, o que poderia dar algum suporte ao câmbio. Segundo analistas, um dos motivos para a pressão sobre o real é o juro em patamar muito baixo, que deixa a moeda mais vulnerável a operações de hedge ou de financiamento para apostas em outras divisas.

No exterior, o dólar perdia força ante uma cesta de moedas, mas seguia acima de mínimas em quase três anos tocadas nos primeiros dias de janeiro.

Na visão do Standard Chartered, o dólar vai cair ao longo de 2021, mas com recuperações de curto prazo durante o curso. Para estrategistas do banco, a queda de 13% do índice do dólar desde março foi reduzida por um rali entre setembro e outubro, e as condições atuais sugerem que outra pausa pode estar a caminho.

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