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Dólar vai às mínimas após Fed, mas nem Powell salva o mês; veja cotação

31 jan 2024, 17:09 - atualizado em 31 jan 2024, 17:14
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Dólar fecha pregão em queda após Fed manter juros nos Estados Unidos, mas abre 2024 em alta (Imagem: Pixabay/Kalhh)

O dólar à vista fechou em queda frente ao real após acelerar as perdas e renovar mínimas sucessivas no pregão desta ‘super’ quarta-feira (31) após a decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos). O Fed manteve a taxa de juros no intervalo entre 5,25%-5,50%.

A moeda norte-americana fechou o pregão em queda de 0,2%, a R$ 4,94 para venda. Contudo, chegou a recuar 0,5%, a R$ 4,92 pouco antes do fim dos negócios. Lá fora, o Dollar Index (DXY) inverteu o sinal de alta e passou a cair 0,2%, aos 103,1 pontos.

O último pregão do mês também foi marcado pela tradicional disputa pela formação de preço da Ptax – média das cotações apuradas pelo Banco Central (BC) -, que deixa a moeda volátil.

Apesar do desempenho negativo na sessão, o dólar encerra janeiro com valorização de 2,1%, interrompendo a sequência de dois meses seguidos de queda. Ao longo do mês, a divisa estrangeira exibiu forte oscilação, tocando mínimas de R$ 4,83 e máximas de R$ 5,00.

Enquanto as negociações do dólar no mercado à vista encerraram no Brasil, o presidente do Fed, Jerome Powell, segue discursando nos Estados Unidos (acompanhe aqui).

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Dólar surfa em Fed ‘duro’ e à espera de sinais de corte de juros

A economista da Órama Investimentos, Eduarda Schmidt, ressalta que a decisão do Fed foi de acordo com o consenso do mercado. Porém, o tom do comunicado foi mais “duro” (‘hawkish’).

Além disso, a autoridade monetária manteve a mensagem principal do comunicado, na qual reforçou que os dados da economia dos Estados Unidos estão enfraquecendo, com um mercado de trabalho ainda forte e uma inflação também elevada. Mesmo que tenha mantido a tendência de queda nas últimas leituras.

“O Fed ressaltou que seu compromisso é trazer a inflação de volta para a meta de 2%. Nesse ponto, vê que a chance de alcançar o objetivo de desemprego e inflação está ficando mais provável”, diz.

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A economista da Órama chama a atenção para o comentário do Fed sobre a sua próxima reunião, em março. O BC americano manteve o discurso de que há necessidade de monitorar as novas informações e suas implicações sobre a economia americana.

O que deixa incerto quando iniciarão os cortes de juros por lá, diz Schmidt. “Em tom mais hawkish, o Fed afirmou que não espera reduzir os juros até que tenha maior confiança que a inflação está se movendo de forma sustentável para a meta”, comenta.

Desta forma, o mercado continua dividido em relação ao início do ciclo de afrouxamento, precificando que comece em março ou maio.

“Acreditamos que as probabilidades caiam de forma mais forte para a terceira reunião do ano [no começo de maio]. O que também esperamos, a depender da escalada dos conflitos geopolíticos e do fiscal americano”, pondera.

Alta de juros é passado e corte em março

Enquanto o mercado tenta adivinhar quando o Fed poderá copiar o Banco Central brasileiro e iniciar o corte da taxa de juros por lá, o economista-chefe da Nomad, Danilo Igliori, ressalta que a autoridade monetária americana sinaliza que o ciclo de alta, de fato, foi encerrado.

“Agora, a missão deles está em se preparar para começar a cortar os juros. Porém, eles também ressaltam a necessidade de ter cuidado para não fazer movimentos de forma precipitada. Vejo que o Fed quis enfraquecer a percepção que já estão prontos para cortar [juros] em março”, diz.