Os 2 motivos que fizeram o dólar inverter sinal para alta; veja cotação
O dólar à vista oscilou frente ao real e, no meio da tarde, operou sem direção definida digerindo a decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano).
A autoridade monetária manteve a taxa de juros na faixa entre 5,25% e 5,50%, maior nível em 22 anos. Porém, o Fed deixou a porta aberta para uma nova alta na próxima reunião, em 1º de novembro.
A expectativa é que a elevação dos juros seja de 0,25 ponto percentual (p.p.), indo para o intervalo 5,50%-5,75%.
Entretanto, após exibir volatilidade, o dólar passou a subir frente ao real e encerrou em alta de 0,2%, cotado a R$ 4,87 para venda.
Lá fora, o Dollar Index (DXY) exibia alta de 0,3%, acima dos 105,4 pontos. Na véspera, o DXY chegou a operar nos 104,8 pontos.
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Dólar vira com as palavras de Powell
O comunicado do Fed, divulgado às 15 horas, não fez diferença para o dólar, que oscilou entre R$ 4,84 e R$ 4,86, com sinal de queda.
Entretanto, o discurso do presidente do BC americano, Jerome Powell, fez a divisa estrangeira inverter o sinal e passar a subir frente ao real, indo a R$ 4,87, e também no exterior, com o DXY acima dos 105 pontos.
Powell reforçou que a autoridade monetária está preparada para promover mais altas de juros, se necessário. Segundo ele, o Federal Reserve manterá o nível elevado para garantir o retorno da inflação à meta.
Contudo, o mandatário do BC americano acrescentou que a inflação americana está mais moderada desde o ano passado. Mas o cenário inflacionário será acompanhado reunião a reunião da autoridade monetária. Além disso, Powell destacou que a economia norte-americana enfrenta desafios, em meio ao aperto ao crédito.
“As taxas de inflação perigosamente altas, convivendo com atividade resiliente após todo o aumento de juros, provavelmente irão encorajar o Fed a apertar ainda mais a política monetária. O principal sinal está na revisão para cima das projeções para as taxas de juros que foram apresentadas hoje”, avalia o economista-chefe da Nomad, Danilo Igliori.
Ele acrescenta que os dados revelados pela autoridade monetária indicam que os Estados Unidos terão que conviver com juros historicamente elevados por bastante tempo.