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Dólar (USDBLR) cai com fluxo ao Brasil e perda de força no exterior à tarde

24 jan 2023, 17:17 - atualizado em 24 jan 2023, 17:32
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O dólar à vista fechou em queda de 1,09%, a 5,1428 reais na venda (Imagem: REUTERS/Beawiharta)

O dólar (USDBLR) caiu ante o real nesta terça-feira, apoiado pela entrada de recursos estrangeiros no Brasil, segundo agentes financeiros, e tendo estendido as perdas na parte da tarde junto com o enfraquecimento da moeda norte-americana no exterior.

O dólar à vista fechou em queda de 1,09%, a 5,1428 reais na venda.

É o segundo recuo diário seguido após a moeda ter acumulado alta de 1,98% na semana passada.

“Os investidores estrangeiros, no geral, estão olhando o Brasil como uma oportunidade neste momento”, disse à Reuters o economista-chefe da Órama, Alexandre Espírito Santo. “Está entrando dólar”, afirmou.

Os agentes financeiros vêm atribuindo essa atração de recursos ao Brasil, principalmente, à perspectiva de que o ciclo de alta de juros nos Estados Unidos esteja próximo do fim e à reabertura da China. O Federal Reserve realiza reunião na semana que vem e a expectativa majoritária no mercado é de alta de 0,25 ponto percentual, o que representaria nova redução no ritmo de aperto monetário.

Em entrevista à Reuters, Maurício Une, economista sênior do Rabobank, banco com sede na Holanda, disse que o quadro externo é fator predominante para essa entrada de recursos no país. Ainda assim, ele afirmou que o investidor de fora do país vê a cena doméstica “entre otimista e em compasso de espera”.

O dólar operava em leve queda ante uma cesta de moedas fortes, tendo revertido alta de mais cedo. Houve movimento semelhante frente aos principais pares emergentes do real, contra os quais a divisa norte-americana negociava, em geral, estável ou com perdas.

“Mercado está reagindo à queda do dólar lá fora e ao apetite de risco em relação ao Brasil”, disse Pedro Paulo Silveira, diretor de gestão de recursos da Nova Futura Gestora.

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O dólar operava em leve queda ante uma cesta de moedas fortes (Imagem: REUTERS/Jo Yong-Hak)

Internamente, o índice de inflação IPCA-15 subiu 0,55% em janeiro em comparação a dezembro, disse o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) pela manhã, alta maior do que a de 0,52% esperada pelo mercado, segundo pesquisa da Reuters.

A equipe do Itaú liderada por Mário Mesquita destacou resultado acima do esperado e disse que a leitura “trouxe viés altista para o IPCA fechado de janeiro e para o IPCA do ano”, segundo comentário a clientes.

Além disso, anúncio da Petrobras mais cedo de que subirá em 7,5% os preços de venda da gasolina a distribuidoras a partir de quarta-feira deve impactar nos índices fechados de janeiro.

Do outro lado, porém, o Itaú apontou para desaceleração em núcleo subjacente para serviços e industriais. Os núcleos de inflação são leituras que levam em conta apenas alguns segmentos de preços na tentativa de encontrar uma tendência. Eles são olhados de perto pelo Banco Central (BC) para sua análise de política monetária.

Para Espírito Santo, da Órama, a leitura no mercado de que o “número de hoje (do IPCA-15) foi um pouco pior por itens que não são cotidianamente importantes”, como emplacamentos, pode ter ajudado a limitar os efeitos do dado econômico no preço do câmbio.

A agenda do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Argentina também foi acompanhada de perto.

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A agenda do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Argentina também foi acompanhada de perto (Imagem: Pixabay/PublicDomainPictures)

Declarações de Lula nesta semana sobre o desenvolvimento de moeda comum com o país vizinho e medidas para bancos estatais criaram algum ruído entre analistas de mercado e investidores, mas sem reflexo aparente no preço do dólar.

Na semana passada, falas de Lula sobre medidas econômicas, incluindo alterações no salário mínimo e no Imposto de Renda, e críticas à independência do BC e à atual meta de inflação, pressionaram o real.

A quarta-feira é de feriado na cidade de São Paulo, devido ao aniversário da capital paulista, mas as negociações serão normais na B3.

Parte dos mercados asiáticos continua fechada, incluindo na China, devido às comemorações ligadas ao Ano Novo Lunar.

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