Câmbio

Dólar (USDBLR) à vista fecha em alta de 0,97%, a R$ 5,22 na venda

23 jun 2022, 17:16 - atualizado em 23 jun 2022, 17:31
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No pico do dia, o dólar chegou a avançar 1,10%, a 5,2363 reais (Imagem: Pixabay/webandi)

O dólar (USDBLR) fechou no maior patamar em mais de quatro meses nesta quinta-feira, impulsionado por piora no sentimento global conforme a perspectiva de uma política monetária apertada nos Estados Unidos alimenta temores de recessão, em meio ainda a receios fiscais domésticos.

A divisa norte-americana à vista abandonou perdas vistas durante a sessão para fechar em alta de 0,97%, a 5,2291 reais, máxima para encerramento desde 11 de fevereiro deste ano (5,2428).

A divisa norte-americana à vista abandonou perdas vistas durante a sessão para fechar em alta de 0,97%, a 5,2291 reais, máxima para encerramento desde 11 de fevereiro deste ano (5,2428).

No pico do dia, o dólar chegou a avançar 1,10%, a 5,2363 reais.

Com essa valorização, a 11ª em 13 pregões, o dólar que já está acima de suas médias móveis lineares de 50 e 100 dias se aproxima do importante nível técnico de 200 dias, atualmente em 5,2520 reais.

Eventual rompimento dessa média móvel diária pode ser o prenúncio de mais altas para a moeda.

Na B3 (B3SA3), às 17:04 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,66%, a 5,2435 reais.

O mercado de câmbio doméstico acompanhou movimento visto no exterior, onde o índice do dólar contra uma cesta de pares fortes devolveu perdas iniciais e passou a subir na parte da tarde.

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Enquanto não tiver uma resolução sobre pacotes de auxílio, mercado segue mais pesado com questão fiscal (Imagem: Pixabay/webandi)

Várias moedas sensíveis ao apetite por risco global, como dólar australiano, rand sul-africano, peso chileno e peso colombiano, caíram acentuadamente nesta tarde.

Investidores repercutiam comentários do chair do Federal Reserve, Jerome Powell, que reconheceu em audiência no Congresso dos EUA que uma recessão é “certamente uma possibilidade” na maior economia do mundo. Apesar desse risco, ele reforçou o compromisso “incondicional” do Fed com o controle da inflação, sinalizando mais aumentos de juros ao longo deste ano.

O banco central norte-americano já elevou sua taxa básica em 1,5 ponto percentual desde março deste ano.

Novo ajuste de 0,75 ponto, semelhante ao adotado na última reunião de política monetária do Fed, é previsto para o próximo encontro da instituição, no mês que vem.

“Esta semana está sendo caracterizada por uma mudança importante na postura dos bancos centrais dos países desenvolvidos, que começam a dar prioridade ao combate à inflação em detrimento do crescimento da economia e do desemprego”, avaliou a Genial Investimentos em relatório a clientes.

“Este cenário de aperto nas políticas monetárias nos países desenvolvidos… aumentou a probabilidade de que a economia global entre em recessão, o que já pressiona negativamente os preços dos ativos financeiros e das commodities”, disse a Genial, citando ainda preocupações com sinais de desaceleração na China, que tem adotado rígidos lockdowns de combate à Covid-19.

Somando-se ao ambiente externo arisco, riscos fiscais brasileiros colaboraram para a valorização do dólar, disseram participantes do mercado, citando discussões em torno de possíveis medidas do governo para compensar a alta dos preços dos combustíveis no ano eleitoral, como elevação do Auxílio Brasil, aumento no valor do vale-gás a famílias e criação de uma espécie de voucher para caminhoneiros.

“Enquanto não tiver uma resolução sobre pacotes de auxílio, mercado segue mais pesado com questão fiscal”, comentou em postagem no Twitter Jerson Zanlorenzi Jr., responsável pela mesa de ações e derivativos do BTG Pactual.

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A Selic está atualmente em 13,25% ao ano, com a maior parte dos mercados apostando numa elevação para 13,75% (Imagem: Unsplash/Vladimir Solomianyi)

Apesar do cenário adverso, parte dos mercados financeiros ainda enxerga algum espaço para desvalorização do dólar neste ano, caso do Banco Inter, que prevê a moeda encerrando este ano em 4,90 reais.

“O cenário externo permanece desafiador e o dólar segue com alta volatilidade”, disse a instituição em relatório assinado pela economista-chefe Rafaela Vitoria, ponderando que “entre os fundamentos para a manutenção do bom desempenho do real no ano está a melhora nos termos de troca da balança (comercial) e a maior taxa de juros na comparação global”.

A Selic está atualmente em 13,25% ao ano, com a maior parte dos mercados apostando numa elevação para 13,75% no encontro de agosto do Comitê de Política Monetária (Copom).

Com a alta desta quinta-feira, o dólar reduziu as perdas acumuladas contra o real em 2022 para 6%, ficando mais de 13% acima da cotação mínima para encerramento do ano, de 4,6075 reais, atingida no início de abril.

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