Dólar termina pregão em leve alta e fecha a R$ 5,29 com foco em Copom
O dólar oscilou com altos e baixos e encerrou a sessão desta quarta-feira em leve alta, apesar da fraqueza da moeda no exterior, com analistas citando expectativas em torno da sinalização de política monetária do Banco Central ao anunciar mais tarde a decisão sobre os juros.
O dólar à vista subiu 0,18%, a 5,2935 reais na venda. A moeda oscilou quase 10 centavos de real entre a máxima (5,321 reais, alta de 0,70%) e a mínima (5,2336 reais, queda de 0,95%).
“Dia segue totalmente errático, com agora pressão razoável em câmbio e juros”, disse Sergio Machado, gestor na TRÓPICO Latin America Investments, em sua conta no Twitter.
Na B3 (B3SA3), o dólar futuro tinha acréscimo de 0,29%, a 5,3035 reais, às 17h03. Os contratos futuros de juros negociados na B3 –uma referência para apostas sobre o rumo da Selic– subiram, especialmente nos vértices longos, mais influenciados pelo sentimento relacionado a fatores estruturais, como a política fiscal.
“A questão não é se um corte de 0,25 ponto percentual na Selic hoje afeta ou não o ‘carry trade’. O ponto é se haverá mais reduções (no juro)”, disse Ilan Arbetman, analista da Ativa Investimentos.
As sucessivas quedas no juro básico da economia foram citadas por muito tempo como razão para a maior pressão sobre o dólar, uma vez que diminuíram o retorno da renda fixa doméstica e deixaram o Brasil em desvantagem em termos de “yield” quando comparado a seus pares emergentes –prejudicando o cenário para fluxos.
Dados do Banco Central mostraram mais cedo que o Brasil registrou forte saída de recursos em julho, com fluxo cambial negativo em quase 3,3 bilhões de dólares, o pior para o mês em cinco anos e puxado por nova debandada de capital da conta financeira –por onde passam fluxos para portfólio e relativos a empréstimos, por exemplo.
Analistas da TD Securities veem corte de 0,25 ponto percentual na Selic nesta quarta, para mínima recorde de 2,00% ao ano, e um Banco Central “suficientemente ‘dovish’ (inclinado a queda dos juros)”.
“O real não será afetado pela esperada decisão, no entanto, qualquer indicação de que política monetária não ortodoxa está em consideração, agora ou no futuro, pode prejudicar a moeda”, afirmaram os profissionais em nota.