Dólar acelera perdas frente ao real após dados de inflação dos EUA
O dólar acelerou as perdas frente ao real nesta quarta-feira, depois que dados de inflação dos Estados Unidos amplamente em linha com o esperado elevaram as esperanças de que o Federal Reserve possa pausar seu ciclo de aperto monetário.
Às 9:59 (horário de Brasília), o dólar à vista recuava 0,84%, a 4,9456 reais na venda.
Na B3, às 9:59 (horário de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,88%, a 4,9665 reais.
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O índice de preços ao consumidor dos EUA subiu 0,4% no mês passado, após alta de 0,1% em março, informou o Departamento do Trabalho nesta quarta-feira. Nos 12 meses até abril, o índice teve alta de 4,9%, após avançar 5,0% na comparação anual em março.
Economistas consultados pela Reuters previam que o índice subiria 0,4% no mês passado e aumentaria 5,0% na comparação anual.
Segundo Rafaela Vitoria, economista-chefe do Banco Inter, os dados vieram “em linha com o esperado”, citando uma queda na inflação de serviços –acompanhada de perto pelo Fed– como uma “boa notícia”.
Ela destacou a queda nos rendimentos norte-americanos na esteira do dado, “com expectativas de cortes (no juro básico dos EUA) já no segundo semestre” de 2023.
Eventual afrouxamento monetário pelo Fed provavelmente beneficiaria o real e outras divisas de países emergentes, que passariam a apresentar uma relação retorno/risco mais atraente quando comparadas ao dólar.
O banco central norte-americano elevou sua taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual neste mês, para a faixa de 5,00% a 5,25%, e sinalizou que pode interromper sua campanha de aperto monetário mais rápida desde a década de 1980. O Fed aumentou sua taxa básica de juros em 5 pontos-base desde março de 2022.
No Brasil, investidores digeriam dados mais fortes do que o esperado da produção industrial de março, enquanto seguem acompanhando o noticiário político e monetário.
O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Gabriel Galípolo, indicado pelo governo à diretoria de Política Monetária do Banco Central, disse na terça-feira que reduzir os juros básicos é vontade de “todo mundo”, afirmando ainda que sua nomeação à autarquia está em linha com a lei de independência do BC.
Ele também disse que a discussão feita no governo sobre a meta de inflação é permanente e visa acompanhar as melhoras práticas mundiais, e não afetar a taxa de juros no curto prazo.
Na véspera, o dólar à vista fechou o dia cotado a 4,9875 reais na venda, com queda de 0,55%.
(Atualizada às 10:27)