Dólar tem mais chances de ir a R$ 7 do que a R$ 5, avalia Wells Fargo
Em uma análise sobre o Brasil, o banco americano Wells Fargo avalia que a moeda brasileira – que ganhou força nas últimas semanas – tende a enfraquecer.
“Embora a regra fiscal possa estar intacta por enquanto, continuamos a acreditar que Bolsonaro buscará melhorar ainda mais as transferências monetárias à medida que as eleições se aproximam. À medida que a dívida e a trajetória fiscal do Brasil pioram com o tempo, acreditamos que o sentimento do mercado financeiro pode ficar negativo em relação ao Brasil e ao real brasileiro”, dizem os economistas.
Eles ressaltam, em um relatório obtido pelo Money Times, que a moeda tem mais chances de ir ao nível recorde de R$ 7 do que retornar ao R$ 5.
Riscos de enfraquecimento:
“Os riscos em torno de nossa projeção para o real brasileiro são de mais depreciação do que esperamos atualmente. A dinâmica da política monetária é um tanto encorajadora; no entanto, duvidamos que uma política monetária mais rígida seja suficiente para compensar os riscos políticos e fiscais”.
“Caso o teto de gastos do Brasil seja violado, a moeda provavelmente enfrentará uma pressão de depreciação significativa, e nossas metas para a taxa de câmbio USD/BRL seriam alcançadas antes do que antecipamos”.
“A taxa de câmbio provavelmente alcançaria níveis recordes, possivelmente tão altos quanto R$ 7 por dólar”.
Riscos de fortalecimento:
“Um cenário para um real mais forte inclui um sólido compromisso com o teto de gastos constitucional e com a agenda de reformas de longo prazo. Apesar da queda nos índices de aprovação, Bolsonaro precisaria recuar contra o estímulo fiscal adicional para que a moeda se recuperasse materialmente”.
“Restrições de gastos podem levar ao retorno dos fluxos de capital ao Brasil e à sustentação da moeda. Além disso, caso Bolsonaro mantenha o cargo, é possível uma recuperação do alívio de longo prazo para a moeda, especialmente se os mercados não questionarem o teto de gastos ou acreditarem que o Brasil tem um plano para colocar as finanças públicas em uma trajetória mais estável”.
“Nesse cenário, a taxa de câmbio poderia movimentar-se abaixo de R$ 5,00 e provavelmente sustentaria ganhos ao longo de 2023”.