Dólar tem maior queda semestral em 7 anos: Veja os impactos no bolso do consumidor
Um dólar em queda frente ao real é sempre mais interessante para os brasileiros. Sendo assim, este será o melhor primeiro semestre em sete anos. Até o fechamento desta quinta-feira (29), a moeda norte-americana recua mais de 8% no mercado à vista nos primeiros seis meses de 2023.
A última queda mais intensa para o período foi em 2016, quando o dólar tombou 18,8%. Além disso, a divisa estrangeira caminha para ter a maior queda para junho desde 2021, quando recuou 4,7%.
A desvalorização da moeda americana, que começou o ano perto de R$ 5,50 e chegou a R$ 4,75 no começo desta semana, reflete no bolso do consumidor de várias formas. Entre elas, nos produtos que chegam à mesa do brasileiro. Desta forma, a queda do dólar de fato fez efeito na economia?
Dólar x bolso do consumidor
A economista da Valor Investimentos, Paloma Lopes, comenta que a queda da moeda dos Estados Unidos afeta diretamente a “porteira”. “Ou seja, impacta produtos extremamente importantes para os brasileiros como trigo, soja e milho”, comenta.
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A economista destaca que a queda nos preços dessas commodities agrícolas impactou no recuo de produtos como o pão e proteínas animais. “A partir do momento que o dólar cai, o trigo cai e o preço do pãozinho também. Quando falamos da soja e do milho, são dois produtos utilizados na ração de animais. Elas caindo, os preços das carnes reduzem”, explica.
De fato, a inflação vem desacelerando a sua alta. Segundo os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o IPCA acumula alta de 2,95% em 2023, enquanto no acumulado em 12 meses até maio, a alta é de 3,94%.
Sendo assim, as carnes recuam 3,87% nas gôndolas dos mercados de janeiro a maio, em especial a carne bovina. Já a farinha de trigo recua 1,13% nos cinco primeiros meses do ano. “Em resumo, a queda do dólar impactou nos alimentos. Os produtos da cesta básico ficaram mais baratos no semestre”, diz Lopes.
A profissional da Valor ainda cita a influência do dólar no preço do petróleo. Com isso, observou-se queda no custo logístico, que também influencia os preços dos alimentos.
A inflação dos combustíveis também vem exibindo desaceleração no período. “No Brasil, é um fator que tem bastante peso pelo modal rodoviário. Com a queda do valor do combustível, cai esse custo logístico para o comércio e para o consumidor”, acrescenta.