Dólar

Dólar ronda R$ 5,54 com espaço limitado para perdas após Copom

09 dez 2021, 9:20 - atualizado em 09 dez 2021, 10:47
Às 10:22 (horário de Brasília), o dólar à vista avançava 0,19%, a 5,5467 reais na venda (Imagem: Unsplash/Alexander Schimmeck)

O dólar rondava a casa de 5,54 reais nesta quinta-feira, após o Banco Central do Brasil elevar os juros básicos em 1,50 ponto percentual pela segunda vez consecutiva e sinalizar aumento na mesma magnitude em sua próxima reunião de política monetária.

Embora isso seja visto como positivo para a moeda brasileira, investidores avaliavam que havia espaço limitado para perdas do dólar nesta quinta, uma vez que a divisa já vem de duas sessões consecutivas de forte baixa.

Além disso, no exterior, o dólar tinha força generalizada neste pregão, avançando 0,2% contra uma cesta de rivais fortes. Rand sul-africano, divisa emergente par do real, perdia mais de 1%, enquanto o peso mexicano caía 0,5%.

Às 10:22 (horário de Brasília), o dólar à vista avançava 0,19%, a 5,5467 reais na venda, após chegar a tocar 5,5181 reais na mínima do dia, queda de 0,33%.

O contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,22%, a 5,5725 reais.

Marcos Weigt, chefe de tesouraria do Travelex Bank, disse à Reuters que a varição comedida no mercado de câmbio doméstico em meio à ampla força da divisa no exterior é reflexo de um “Copom mais ‘hawkish’ (duro com a inflação) no discurso, praticamente contratando alta de 150 pontos-base nos juros para a próxima reunião”.

Na quarta-feira, o Comitê de Política Monetária do BC subiu a Selic em 1,50 ponto percentual pela segunda vez consecutiva, a 9,25%.

A decisão veio em linha com a expectativa de consenso do mercado, mas havia alguma incerteza sobre quais seriam as indicações da autarquia sobre seus próximos encontros de definição de juros.

Indícios recentes de desaceleração da atividade econômica brasileira haviam alimentado apostas de que o Bacen indicaria desaceleração do ritmo de aperto monetário, mas a autarquia sinalizou no comunicado manutenção da dose de 1,50 ponto para a próxima reunião do Copom.

Em nota a clientes divulgada na noite de quarta-feira, o Citi disse acreditar que “o real deve continuar a se sair bem” após a decisão de política monetária do BC, apoiado pelo “carry” (retorno obtido por meio de diferencial de juros entre determinado país e outras economias) mais alto.

Weigt, do Travelex, também citou alívio na frente fiscal doméstica como um fator de suporte para o real, uma vez que a promulgação dos trechos da PEC dos Precatórios em que há consenso entre Câmara e Senado forneceu previsibilidade aos mercados sobre como o governo financiará o programa Auxílio Brasil.

Na quarta-feira, a moeda norte-americana spot registrou queda de 1,49%, a 5,5364 reais na venda, depois de já ter caído 1,27% na terça.

(Atualizada às 10:47)

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