Dólar engata nova queda frente ao real e mira baixa semanal
O dólar tinha queda frente ao real nesta sexta-feira, a caminho de encerrar a semana em baixa, sob pressão de um diferencial de juros favorável ao Brasil e de ingressos de recursos na bolsa paulista.
Às 10:37 (horário de Brasília), o dólar à vista recuava 0,22%, a 4,9259 reais na venda.
Na B3, às 10:37 (horário de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,13%, a 4,9445 reais.
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A moeda norte-americana estava a caminho de encerrar a semana em baixa de 0,3%, no que muitos participantes do mercado disseram refletir o amplo diferencial de juros entre Brasil e Estados Unidos.
A taxa Selic está atualmente em 13,75%, nível elevado que, segundo Fernanda Bandeira, sócia da Blue3 Investimentos, favorece o real ao elevar o apelo de seu “carry”, ou o retorno que oferece via diferenciais de juros.
Jefferson Rugik, da Correparti Corretora, acrescenta que o mercado está “atento ao fluxo de entrada de recursos de investidores estrangeiros que têm direcionado os seus canhões para nossa bolsa de valores”. Na véspera, o Ibovespa engatou uma sexta alta consecutiva, e operadores ressaltam que o fluxo de entrada implica compras de reais. Nesta manhã, o índice caía 0,49, a 107.729,7 pontos.
Bandeira, da Blue3, citou ainda dados norte-americanos recentes melhores do que o esperado como um fator de pressão sobre o dólar, à medida que sinais de esfriamento da inflação e desaceleração da economia corroboram apostas de que o fim do ciclo de aperto monetário do Federal Reserve está se aproximando do fim.
Apesar do movimento recente de desvalorização do dólar, Bandeira disse enxergar o patamar “justo” da moeda norte-americana, que seria condizente com a atual conjuntura macroeconômica, acima de 5 reais, bem distante dos níveis atuais.
Ela citou temores sobre um afrouxamento monetário prematuro, bem como riscos fiscais domésticos.
O andamento do arcabouço para as contas públicas também segue no radar, uma vez que o relator do projeto, deputado Cláudio Cajado (PP-BA), apresentará seu parecer na próxima semana, provavelmente na terça-feira. Inicialmente a expectativa era que o deputado apresentasse o texto nesta última quinta-feira.
O mercado digeria ainda a leitura de abril do IPCA, que subiu 0,61%, depois de ter avançado 0,71% em março, resultado acima do esperado. Isso levou o índice a acumular em 12 meses até abril taxa de 4,18%, contra 4,65% antes.
Na véspera, o dólar à vista fechou o dia cotado a 4,9367 reais na venda, com queda de 0,25%, na terceira baixa seguida.
(Atualizada às 10:48)