Dólar tem queda frente ao real após dados de emprego dos EUA
O dólar tinha queda em relação ao real nesta sexta-feira, mesmo depois que dados de emprego nos Estados Unidos reduziram apostas sobre eventuais cortes de juros nos Estados Unidos, uma vez que também afastaram temores de uma recessão.
Às 10:35 (horário de Brasília), o dólar à vista recuava 0,29%, a 4,9777 reais na venda.
Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,18%, a 5,0045 reais.
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Esse movimento estava em linha com o comportamento do dólar no exterior. Embora seu índice contra uma cesta de pares fortes subisse cerca de 0,2% nesta manhã, a divisa norte-americana apresentava perdas contra vários rivais emergentes, como pesos mexicano, chileno e colombiano.
O dólar australiano, muitas vezes monitorado como um indicador do apetite por risco global, registrava ganhos, enquanto os principais índices de Wall Street abriram em forte alta.
O destaque do dia era a notícia de que os empregadores dos Estados Unidos ampliaram as contratações em abril e aumentaram os salários dos trabalhadores, apontando para uma força sustentada do mercado de trabalho que pode levar o Federal Reserve a manter a taxa de juros mais alta por algum tempo.
O relatório “reforça a preocupação com mercado de trabalho apertado –não há espaço para os cortes (de juros)… precificados na curva futura”, disse Arthur Mota, da equipe de estratégia macro do BTG Pactual.
Juros mais altos nos EUA tendem a beneficiar o dólar, uma vez que elevam os rendimentos do mercado de renda fixa norte-americano. Por outro lado, investidores pareciam encontrar alento na aparente força da maior economia do mundo, que afasta temores de recessão
“Tivemos correção maior que o esperado nos salários e a taxa de desemprego voltou para a mínima de 3,4%”, disse Rafaela Vitoria, economista-chefe do Banco Inter. “Ainda sem sinal da tão esperada recessão nos EUA.”
No Brasil, investidores digeriam falas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Ele disse nesta sexta-feira em entrevista à CBN que acredita que a recalibragem da taxa Selic para um patamar mais baixo já poderia ter iniciado e que ponderar as decisões do Banco Central não é algo “político”.
Em meio a especulações sobre possível indicação do secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Gabriel Galípolo, a cargo na diretoria do Banco Central, Haddad afirmou que o governo não antecipa esse tipo de decisão, acrescentando que os nomes serão anunciados quando a escolha estiver “madura”.
O ministro disse que Galípolo é seu “braço direito” e poderia assumir “qualquer função” dentro do governo.
O dólar à vista fechou a quinta-feira cotado a 4,9923 reais na venda, em baixa de 0,01%.
(Atualizada às 10:54)