Moedas

Dólar flerta com R$ 5,10 ante cena local atrativa e mercado monitora chance de encontro Biden-Putin

21 fev 2022, 9:11 - atualizado em 21 fev 2022, 11:07
Dólar
Às 10:59 (de Brasília), o dólar à vista recuava 0,73%, a 5,1042 reais na venda (Imagem: unsplash/Giorgio Trovato)

O dólar firmava queda frente ao real nesta segunda-feira, estendendo perdas depois de marcar na última sessão seu sexto recuo semanal consecutivo em meio a ambiente doméstico atrativo, enquanto investidores avaliavam as chances de haver uma reunião entre os presidentes dos Estados Unidos e da Rússia para resolver a crise da Ucrânia.

Às 10:59 (de Brasília), o dólar à vista recuava 0,73%, a 5,1042 reais na venda, rondando as mínimas da sessão. Caso mantenha esses patamares até o fim das negociações, o dólar registrará seu menor patamar para encerramento desde 29 de julho de 2021 (5,0795 reais).

Mais cedo, o dólar chegou a subir 0,28%, a 5,1560 reais. Na B3, às 10:59 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,68%, a 5,1110 reais.

Investidores avaliavam até que ponto o real terá espaço para se valorizar, depois de o dólar ter marcado na última sessão seu sexto recuo semanal consecutivo frente à divisa doméstica, apresentando baixa de 7,75% no acumulado do ano até sexta-feira passada, quando fechou em 5,1417 reais.

“A pergunta é se a combinação de um elevado diferencial de juros entre Brasil e outros emergentes à manutenção –e até mesmo aumento– dos preços das commodities exportadas pelo Brasil não está mais que compensando o risco fiscal gerado pelos ruídos quanto ao desempenho das contas públicas em 2022″, disse a Genial Investimentos em nota.

Juros mais altos em determinado país tendem a atrair recursos de investidores para a renda fixa, o que, consequentemente, pode ajudar na valorização da moeda local.

No Brasil, a taxa Selic está atualmente em 10,75% ao ano, e deve subir ainda mais ao longo das próximas reuniões do Banco Central, enquanto nos EUA as taxas de empréstimo seguem próximas de zero –embora o Federal Reserve tenha indicado que começará a elevá-las no mês que vem.

Caso os retornos elevados no ambiente local continuem compensando o “cenário internacional desafiador” e receios fiscais domésticos, “devemos esperar persistência na trajetória de valorização da moeda brasileira por mais algum tempo”, disse a Genial.

Enquanto isso, no exterior, os presidentes norte-americano, Joe Biden, e russo, Vladimir Putin, concordaram em princípio com um encontro para tratar da Ucrânia, disse o presidente francês, Emmanuel Macron.

A notícia desencadeou uma onda momentânea de apetite por risco nos mercados internacionais, embora comentários posteriores do Kremlin, de que não há planos concretos para uma reunião, tenham moderado o bom humor, fazendo as principais bolsas europeias devolverem ganhos iniciais.

Mas, nos mercados de câmbio, o a divisa dos EUA manteve trajetória de desvalorização contra uma cesta de pares fortes, enquanto o dólar australiano, “proxy” da demanda global por risco, avançava nesta manhã.

Na América Latina, os pesos mexicano, colombiano e chileno, importantes pares do real, rondavam a estabilidade.

Estrategistas da XP chamaram a atenção em nota matinal para o desempenho misto nos mercados internacionais, afirmando que, embora a possibilidade de resolução diplomática seja um alívio, os mercados “continuam céticos”, principalmente porque a conclusão dos Jogos de Inverno de Pequim –vistos por alguns como impedimento a ações da Rússia– traz “nova urgência” para a crise.

Vários operadores apontavam para possibilidade de volatilidade nos mercados globais nesta segunda-feira, já que os mercados norte-americanos permanecerão fechados devido a feriado nos Estados Unidos, o que tende a reduzir a liquidez.

(Atualizada às 11:07)

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