Dólar tem leve alta frente ao real com expectativa por dados de inflação dos EUA
O dólar abriu esta segunda-feira em leve alta frente ao real, em início de semana que será marcada por importantes dados de inflação norte-americanos, enquanto investidores aguardam a publicação da ata da última reunião do Copom e especulam sobre os possíveis indicados do governo à diretoria do Banco Central.
Às 10:04 (horário de Brasília), o dólar à vista avançava 0,28%, a 4,9573 reais na venda.
Na B3, às 10:04 (horário de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,08%, a 4,9800 reais.
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O foco do mercado global recaía nesta semana sobre dados de inflação dos EUA com divulgação prevista para quarta-feira, já que eles podem ser cruciais para determinar as expectativas da política monetária. Na semana passada, o Federal Reserve elevou os custos dos empréstimos em 0,25 ponto percentual, no que pode ter sido o último ajuste do atual ciclo.
“Nos EUA, o investidor segue dividido entre o risco de uma crise bancária e a chance de o Fed parar de subir (os juros) já na próxima reunião”, disse a Guide Investimentos em nota a clientes. “Tendo isso em vista, essa semana será importante para a confiança dos investidores, ao passo que a agenda americana contará com o índice de preços ao consumidor de abril e diversos discursos de membros do Fed.”
O índice de preços ao consumidor dos EUA provavelmente subiu 0,4% em abril, após ganhar 0,1% em março, segundo pesquisa da Reuters com economistas. Excluindo os componentes voláteis de alimentos e energia, o índice provavelmente aumentou 0,4% no mês passado.
Na cena doméstica, muitos participantes do mercado citavam os planos do governo para compor a diretoria do Banco Central como um ponto de atenção. Duas vagas no BC, as diretorias de Política Monetária e de Fiscalização, já estão abertas para indicação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e, em dezembro, outros dois postos ficarão desocupados.
“O foco mudará para a nomeação, já que a nova composição (do Copom) pode mudar o cronograma do primeiro corte na Selic”, disse Eduardo Moutinho, analista de mercado da Ebury.
O Banco Central decidiu na última quarta-feira manter a Selic em 13,75% ao ano, sem sinalizar um possível corte futuro da taxa básica como tem sido cobrado pelo governo Lula. Nesta semana, investidores avaliarão a ata do encontro em busca de mais pistas sobre os próximos passos do colegiado.
“De maneira geral, continuamos prevendo o primeiro corte de juros em setembro”, avaliou Moutinho, citando debates no Congresso sobre o arcabouço fiscal, eventuais mudanças na meta de inflação e a evolução da questão bancária internacional como fatores “determinantes” para a condução da política monetária.
Na última sessão, o dólar à vista fechou o dia cotado a 4,9437 reais na venda, em baixa de 0,97%.
(Atualizada às 10:23)