Dólar tem alta contra real nesta 6ª, mas caminha para fortes perdas semanais e mensais
O dólar era negociado em alta contra o real nesta sexta-feira, acompanhando os ganhos da divisa norte-americana no exterior após fechar a última sessão em seu menor patamar em três meses contra a moeda brasileira, mas ainda caminhava para encerrar a semana e o mês de abril com perdas significativas.
Às 10:17 o dólar avançava 0,62%, a 5,3678 reais na venda, enquanto o dólar futuro subia 0,48%, a 5,3645 reais.
O comportamento cambial desta manhã estava em linha com a alta de 0,25% apresentada pelo índice do dólar contra pares fortes, enquanto moedas de países emergentes recuavam contra a divisa dos Estados Unidos.
Ao mesmo tempo, analistas chamavam a atenção para a formação da Ptax de fim de mês, que serve de referência para liquidação de contratos futuros e outros derivativos.
Segundo Ricardo Gomes da Silva, superintendente da Correparti Corretora, há na briga entre comprados e vendidos um “retrospecto favorável aos comprados”, que, aliado à desvalorização recente do dólar e ao viés positivo da moeda no exterior, tem tudo para pressionar o real nesta sexta-feira.
Ainda assim, o dólar à vista caminhava para encerrar a semana com queda de aproximadamente 2,6% e abril com perdas de cerca de 5% contra a moeda brasileira, o que marcaria sua maior desvalorização mensal desde novembro de 2020.
Marcos Weigt, head de tesouraria do Travelex Bank, disse à Reuters que vários fatores explicam esse comportamento recente, entre eles o alívio na frente fiscal após a sanção com vetos do Orçamento de 2021.
Depois de um longo impasse, o presidente Jair Bolsonaro sancionou o texto na quinta-feira da semana passada com cortes de 19,8 bilhões de reais.
“O risco fiscal fez com que a gente se descolasse muito de pares emergentes nos últimos meses”, afirmou. “Quando esse risco fiscal diminuiu um pouco, o real sofreu uma correção em relação a essa disparidade, e agora tem um espaço bom para se apreciar no médio prazo.”
Embora o dólar possa sofrer ajustes para cima no curtíssimo prazo na esteira das perdas registradas nos últimos pregões, um ambiente global de ampla liquidez, perspectivas de fluxos positivos e o processo de normalização da taxa de juros brasileira também podem fornecer suporte ao real no médio prazo, completou Weigt.
Na quinta-feira, a moeda norte-americana registrou queda de 0,49%, a 5,3347 reais na venda, menor patamar desde 26 de janeiro.
O Banco Central anunciou para este pregão leilão de swap tradicional para rolagem de até 15 mil contratos com vencimento em novembro de 2021 e março de 2022.