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Dólar supera R$ 5,30 com exterior arisco e aumento de tensão entre governo e BC

24 mar 2023, 9:20 - atualizado em 24 mar 2023, 10:01
Dólar
Às 9:22 (de Brasília), o dólar à vista avançava 0,77%, a 5,3303 reais na venda, A moeda caminhava para alta semanal de mais de 1% (Imagem: REUTERS/Ricardo Moraes)

O dólar avançava nesta sexta-feira, superando com folga a marca de 5,30 reais, com o retorno da aversão a risco no exterior e o aumento das tensões entre o governo brasileiro e o Banco Central.

Às 9:22 (de Brasília), o dólar à vista avançava 0,77%, a 5,3303 reais na venda. A moeda caminhava para alta semanal de mais de 1%.

Na B3, às 9:22 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,61%, a 5,3390 reais.

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Esse movimento estava em linha com a forte valorização do dólar no exterior, onde um índice que compara a moeda a seis pares importantes subia quase 0,7%.

O sentimento global permanecia frágil depois que a turbulência nos setores bancários de Estados Unidos e Europa nas últimas duas semanas relembrou a crise financeira global de 2008.

O fato de vários bancos centrais de países desenvolvidos terem subido os juros nos últimos dias mesmo diante dos riscos financeiros colaborava para a cautela, disse a XP em nota matinal, citando ainda decepção do mercado com leituras de PMIs na Europa.

Enquanto isso, “os ruídos institucionais entre o governo Lula e o Banco Central devem ajudar na busca por proteção na divisa norte-americana” nesta sexta-feira, disse Jefferson Rugik, da Correparti Corretora.

Na quinta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o Banco Central deve pagar o preço pelos juros do país, voltando a criticar o atual patamar da Selic um dia após o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC decidir manter a taxa em 13,75% ao ano.

O BC não apresentou sinal concreto sobre um eventual afrouxamento monetário à frente, adotando um tom mais duro do que esperado, contrariando expectativas no mercado e no governo por uma indicação sobre o momento em que poderia iniciar os cortes na taxa básica de juros.

(Atualizada às 10:01)

reuters@moneytimes.com.br