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Dólar supera R$ 4,15 e bate máximas em duas semanas com incertezas locais, atenção a juros

15 out 2019, 15:26 - atualizado em 15 out 2019, 15:26
 O dólar à vista s 0,58%, a 4,1498 reais na venda (Imagem: Pixabay)

O dólar ia às máximas em cerca de duas semanas contra o real nesta terça-feira, com a moeda brasileira mais uma vez entre as de pior desempenho nos mercados globais de câmbio, em meio a incertezas domésticas e à menor atratividade do real como moeda de rendimento.

Na máxima do dia, batida às 11h11, a cotação alcançou 4,1548 reais na venda, maior patamar intradia desde 2 de outubro. O dólar à vista s 0,58%, a 4,1498 reais na venda.

Na B3, o contrato de dólar futuro de maior liquidez tinha alta de 0,56%, a 4,1535 reais.

O real revezava com o peso colombiano o título de moeda com pior desempenho nesta sessão, num dia de relativa força do dólar contra emergentes.

A performance mais fraca da divisa brasileira neste pregão dava sequência a movimento similar visto desde meados da semana passada, quando o mercado fortaleceu apostas de corte da Selic depois de o Brasil ter registrado inesperada deflação em setembro.

Com isso, cresce a perspectiva de que o retorno das aplicações em real diminua, o que desestimula atração de capital para a renda fixa, o que impõe pressão de desvalorização sobre a taxa de câmbio.

“O ciclo de cortes de juros no Brasil é um risco de primeira ordem à força do real”, disseram em nota Kamakshya Trivedi e Davide Crosilla, estrategistas do Goldman Sachs. Eles ainda mantêm recomendação comprada (apostando na alta) em real, mas financiada não em dólar ou euro, mas em peso chileno –numa indicação da fragilidade de apostas na moeda doméstica.

“De forma geral, os riscos às posições compradas em real aumentaram e as notícias positivas de China-EUA diminuíram algumas pressões sobre o peso chileno”, afirmaram.