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Dólar subindo compensa a soja barata? Se a China não voltar às compras, eis a questão

09 jul 2021, 15:42 - atualizado em 09 jul 2021, 16:08
Soja
Ainda tem umas 20 milhões de toneladas de soja não vendidas ao exterior da safra passada (Imagem: REUTERS/Paulo Whitaker/File Photo)

Soja em patamares mais baixos e dólar em alta no mercado interno. É o principal ponto de dúvida nos últimos dias para o produtor na hora fechar exportações, que faz as contas se o ganho cambial vai compensar os preços abaixo dos US$ 13,30 o bushel (contrato novembro na CBOT).

Travas vantajosas nas trocas antecipadas de insumos por sacas é o principal balizador para o produtor. Mas essa relação de custo-comercialização não é igual para todos. Depende do modelo de gestão do negócio e até das regiões.

Cada um tem sua própria conta.

Há o instrumento de hedge no mercado futuro, mas pouco utilizado pelos brasileiros.

Caso o relatório mensal de oferta e demanda do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) não apresente, na segunda (12), nenhuma novidade expressiva por parte da China voltando às compras com menos timidez, a soja fica em uma linha de baixa, sobretudo porque o clima por lá se apresenta positivo para os próximos 10 a 15 dias.

E aqui a divisa americana ainda com chance de subir acima dos R$ 5,25 desta sexta (9), com a pressão da CPI da Covid sobre o presidente Bolsonaro, trazendo os militares à cena, em conjunto com as pesquisas derretendo suas possibilidades de reeleição.

Para a soja nova, da safra 21/22, ainda é possível esperar mais tempo para fixar exportações, mesmo porque boa parte dos insumos, já comprados, foram travados mais vantajosamente pelos produtores.

Como já disse aqui em Money Times o analista Vlamir Brandalizze, foi preciso menos sacas para a compra de defensivos, fertilizantes e sementes.

Para a soja velha, que o mercado estima ainda uma sobra não negociada de 20 milhões de toneladas, a pressão é maior, já que a demora pode bater com a soja americana entrando a partir de setembro.