Mercados

Dólar sobe para perto dos R$ 6,20 em dia sem leilões do Banco Central

27 dez 2024, 18:13 - atualizado em 27 dez 2024, 18:13
Tesouro nacional títulos públicos
(imagem: Getty Images)

O dólar voltou a subir ante o real nesta sexta-feira e encerrou a semana pouco abaixo dos R$ 6,20, em meio à desconfiança do mercado na política fiscal, em um dia sem atuação do Banco Central nos negócios e com uma bateria de dados econômicos que não chegaram a empolgar.

O fato de a sexta-feira ser a penúltima sessão do ano também reduziu a liquidez, em especial durante a tarde.

O dólar à vista fechou em alta de 0,24%, aos R$ 6,1926. Na semana encurtada pelo feriado de Natal, a moeda acumulou elevação de 2%. Às 17h03 na B3 o dólar para janeiro — atualmente o mais líquido — subia 0,06%, aos R$ 6,1925.

O avanço do dólar no Brasil ocorreu a despeito de, no exterior, a moeda norte-americana demonstrar certa acomodação, oscilando em baixa ante uma cesta de moedas fortes durante a maior parte da sessão.

Assim, o destaque do dia foram os dados locais divulgados pela manhã. O IBGE informou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), considerado uma prévia da inflação oficial, subiu 0,34% em dezembro, após alta de 0,62% no mês anterior.

Já a taxa de desemprego no trimestre até novembro, conforme o IBGE, ficou em 6,1%, em linha com a mediana das projeções dos economistas.

Em outra divulgação, o Ministério do Trabalho e Emprego informou que o Brasil abriu 106.625 vagas formais de trabalho em novembro, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). O resultado ficou abaixo da expectativa de economistas apontada em pesquisa da Reuters, de criação líquida de 129.500 vagas.

Embora o dólar tenha chegado a cair após os números, a moeda norte-americana retomou o fôlego logo depois com o mercado mantendo a cautela em relação ao cenário fiscal.

Após atingir a cotação mínima de R$ 6,1696 (-0,13%) às 9h49, o dólar à vista registrou a máxima de R$ 6,2156 (+0,61%) às 10h49.

Durante a sessão o ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal, negou a liberação de R$ 4,2 bilhões em emendas parlamentares, pedida pela Câmara, e solicitou mais informações aos parlamentares. Pela manhã, em mais um episódio da queda de braço entre o Congresso e o ministro do STF, a advocacia da Câmara dos Deputados havia enviado uma petição ao STF alegando que não havia irregularidades nas emendas a serem liberadas e pedindo o desbloqueio de recursos.

Na próxima segunda-feira — última sessão do ano — ocorre a determinação da taxa Ptax de fim de mês, trimestre e ano, o que ainda pode trazer volatilidade aos negócios. Mesmo assim a moeda norte-americana caminha para fechar 2024 com valorização superior a 27% ante o real.

Na manhã desta sexta-feira, o Banco Central realizou o tradicional leilão de até 15.000 contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 3 de fevereiro de 2025, no qual vendeu toda a oferta. No entanto, a instituição não promoveu leilões extras de moeda à vista, como em sessões anteriores.

Às 17h11, o índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — caía 0,06%, a 108,020.

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reuters@moneytimes.com.br
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