Moedas

Dólar sobe após falas de Lula sobre BC e antes de dados de emprego dos EUA

03 fev 2023, 9:19 - atualizado em 03 fev 2023, 10:29
Dólar
Às 10:23 (horário de Brasília), o dólar à vista avançava 0,53%, a 5,0725 reais na venda (Imagem: REUTERS/Dado Ruvic/Ilustração)

O dólar subia frente ao real na manhã desta sexta-feira, com investidores reagindo negativamente a críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à independência do Banco Central, embora a divisa tenha moderado os ganhos em linha com o sentimento externo benigno, conforme o mercado aguardava um relatório de emprego do governo dos Estados Unidos.

Às 10:23 (horário de Brasília), o dólar à vista avançava 0,53%, a 5,0725 reais na venda, depois de mais cedo ter saltado até 1,52%, a 5,1222 reais, devolvendo completamente as perdas que acumulava na semana.

Na B3, às 10:23 (horário de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,38%, a 5,0920 reais.

Lula afirmou na quinta-feira em entrevista à RedeTV que pode buscar rever a autonomia do Banco Central quando terminar o mandato do atual presidente da instituição, Roberto Campos Neto, fala que desagradou participantes do mercado, que enxergam a independência da autarquia como um suporte para a credibilidade do Brasil aos olhos de investidores estrangeiros.

Lula tem criticado a taxa e juros e a independência do BC com frequência, afirmando que a instituição não faz mais agora do que quando seu presidente era trocado sempre que um novo governo assumia.

Durante a campanha, no entanto, o petista afirmou mais de uma vez que não pretendia propor, ao menos inicialmente, uma legislação que revertesse a independência do BC.

“Acredito que a insistência deste discurso contra o BCB e a meta de inflação pode ser um ponto de inflexão relevante e negativo para o país”, escreveu Dan Kawa, diretor de investimentos da TAG Investimentos. “Nem mesmo o panorama global poderá nos ajudar.”

No exterior, o dólar caía cerca de 0,2% contra uma cesta de moedas fortes, movimento que ajudava a limitar as perdas do real.

O foco da sessão estava sobre dados de emprego norte-americanos, que podem oferecer pistas sobre a trajetória de aperto monetário do Federal Reserve, disse a XP em nota.

Nesta semana, o Fed diminuiu a magnitude de suas altas de juros, fator que, aliado à sinalização do Banco Central do Brasil de custos de empréstimo elevados por mais tempo, ajudou a levar o dólar abaixo de 5 reais nas mínimas intradiárias de quinta-feira.

O levantamento do Departamento de Trabalho dos EUA deve mostrar abertura de 185 mil postos de trabalho fora do setor agrícola no mês passado, após 223 mil em dezembro, de acordo com uma pesquisa da Reuters com economistas.

Uma leitura em linha com ou abaixo do esperado tende a pressionar a moeda norte-americana para baixo, já que justificaria um posicionamento mais brando por parte do Fed, mas qualquer surpresa para cima nos dados provavelmente impulsionaria o dólar, dizem participantes do mercado.

Na véspera, a moeda norte-americana à vista fechou em queda de 0,35%, a 5,0457 reais na venda, patamar de encerramento mais baixo desde 29 de agosto de 2022 (5,0330).

(Atualizada às 10:29)

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