Dólar sobe mais de 1% ante real com onda global de aversão a risco
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O dólar subia de maneira expressiva frente ao real nesta segunda-feira, com receios sobre possível ataque russo à Ucrânia afastando investidores de todo o mundo de ativos considerados arriscados.
A reunião de política monetária de dois dias do Federal Reserve desta semana, que se encerra na quarta-feira, também colaborava para o clima cauteloso, em meio a apostas de que o banco central norte-americano sinalizará pelo menos quatro altas nos juros ao longo deste ano de forma a domar a inflação elevada nos Estados Unidos.
Às 14:50 (de Brasília), o dólar à vista avançava 1,05%, a 5,5151 reais na venda, após chegar a 5,5260 reais no pico do pregão (+1,25%).
Na B3, às 14:50 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,93%, a 5,5245 reais.
O dólar também avançava no exterior, ganhando 0,3% contra uma cesta de seis moedas fortes.
O dólar australiano, muitas vezes tido como uma “proxy” de demanda por risco, desvalorizava-se 1,10%, a 0,7104 dólar norte-americano, enquanto rand sul-africano e peso mexicano, pares emergentes do real, também caíam mais de 1% nesta tarde.
Evidenciando a ampla aversão a risco nos mercados globais, os principais índices de Wall Street despencavam nesta sessão, com o Nasdaq cedendo 4,5% por volta das 14h40 (de Brasília).
Na Europa, o índice referencial de ações fechou em queda de 3,8%, pior desempenho diário desde junho de 2020.
Importantes potências Ocidentais têm dado inúmeros sinais –como a retirada de famílias de diplomatas de Kiev– de que estão se preparando para uma ação russa agressiva contra a Ucrânia, embora Moscou negue qualquer plano de invasão.