Dólar sobe em ‘modo eleição’, mas exterior ajuda na volatilidade
O dólar à vista fechou em alta de 0,3% frente ao real, cotado a R$ 5,32 para venda, em mais um dia de forte volatilidade às vésperas das eleições. Além da cautela antes do desfecho eleitoral, o exterior contribuiu para o modo gangorra da moeda norte-americana.
Ao longo do pregão, o dólar operou nas máximas, a R$ 5,35, diante do ambiente de cautela e de proteção no mercado local com os desdobramentos da prisão do ex-deputado Roberto Jefferson, após ferir dois agentes da Polícia Federal (PF), no domingo.
O assunto ainda reverbera e respinga na campanha eleitoral do presidente Jair Bolsonaro, que tenta a reeleição pelo PL.
“A maior parte das leituras acredita que o episódio prejudicará a recuperação que vinha se desenhando para o Bolsonaro e consolidando um resultado favorável ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no domingo”, comenta o analista de inteligência de mercado da StoneX, Leonel Mattos.
Exterior morde e assopra
No início da tarde, a moeda estrangeira chegou a operar com sinal negativo, indo às mínimas de R$ 5,27, acompanhando um alívio vindo do exterior, onde o dólar arrefeceu ante as moedas pares. O Dollar Index recuou 1%, aos 110,8 pontos.
Mattos destaca que há uma interpretação majoritária de moderação no ritmo de alta da taxa de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), principalmente, a partir de dezembro.
“O Fed começaria a reduzir o nível de aperto monetário, receoso com o impacto que a rápida alta de juros estaria tendo sobre a atividade econômica e o nível de emprego nos Estados Unidos“, observa o analista, acrescentando que, no pregão, houve redução de investimentos no dólar, com investidores indo para outros ativos.
Bancos centrais de volta
Na próxima semana, uma nova decisão de política monetária do Fed sairá. Há expectativa de mais uma alta de juros de 0,75 ponto percentual (p.p.), podendo ser a quarta seguida.
Amanhã, após o encerramento do pregão, sai a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), que deve manter a taxa Selic em 13,75%.
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