Mercados

Dólar sobe e vai a R$ 5,21 em cautela com Fed e eleições

17 ago 2022, 11:53 - atualizado em 17 ago 2022, 11:53
bolsonaro eleições
Dólar incorpora risco político com cenário fiscal e eleições no radar, de olho no exterior antes de ata do Fed (Imagem: Bloomberg)

O dólar à vista opera em alta frente ao real, voltando a ficar acima do nível de R$ 5,20 após duas semanas. A espera pela ata da última reunião do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) e o cenário eleitoral alimentam a cautela que prevalece no mercado doméstico.

Há pouco, a moeda norte-americana desacelerou a alta e subia 0,3%, perto de R$ 5,17. Porém, nas primeiras horas de pregão, o dólar oscilou entre R$ 5,14 e R$ 5,21.

Lá fora, o Dollar Index tinha alta de 0,2%, acima dos 106,700 pontos. Após as vendas no varejo ficarem estáveis nos Estados Unidos, no mês passado, o mercado aguarda a divulgação da ata da reunião de política monetária do Fed.

“O mercado vai buscar qualquer informação adicional sobre os passos futuros do banco central norte-americano. A ata pode trazer informações valiosas”, comenta a equipe econômica da Guide Investimentos.

Eleições no preço

Os profissionais da corretora destacam que, além do exterior, as eleições e a situação fiscal delicada seguem na cesta de principais riscos para o dólar

O diretor da TAG Investimentos, Dan Kawa, reforça que a campanha eleitoral começou com força e as próximas pesquisas serão importantes para a dinâmica de curto prazo dos mercados.

Ele diz que segue mais construtivo com os ativos locais. Mas na possibilidade de uma nova correção nos preços internacionais, após a recuperação recente, não descarta alguma realização de lucros temporária.

Cenário fiscal

Entre uma pesquisa e outra, mais do que o desempenho dos principais candidatos à presidência da República, o mercado quer saber como fica a situação fiscal, dizem analistas.

O sócio da Nexgen Capital, Felipe Izac, observa que, quanto mais candidatos indicarem medidas populistas e menos comprometimento com gastos públicos nos próximos quatro anos, maior será o enfraquecimento do real frente ao dólar.

“Investidores estão de olho em qualquer comentário e sinais da possível equipe econômica e ministros do próximo governo. Aí, o mercado vai começar a precificar quais podem ser as possíveis medidas [econômicas e fiscais] de cada candidato durante seu mandato”, avalia.

Ao Money Times, o cientista político da Tendências Consultoria, Rafael Cortez, indicou os principais pontos que ficam no radar dos investidores durante a corrida presidencial.

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