Dólar sobe após quatro sessões com foco no exterior e no arcabouço fiscal
Após quatro sessões consecutivas de baixa, o dólar à vista fechou em alta ante o real nesta segunda-feira (17), em sintonia com o exterior, onde a moeda norte-americana também ganhou terreno. Além disso, investidores locais estão à espera do envio do novo arcabouço fiscal ao Congresso, adiado para terça-feira.
Com isso, o dólar fechou o dia cotado a R$ 4,93 para venda, em alta de 0,44%. Apesar do avanço, a moeda americana permaneceu abaixo da linha psicológica dos R$ 5,00 pela quarta sessão seguida.
Dólar sobe (também) com influência exterior
No exterior, em função de dados econômicos positivos recentes, cresceram as apostas de que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) elevará os juros em sua próxima reunião de política monetária.
Contudo, durante a tarde, o percentual das chances de aumento de 0,25 ponto percentual, implícitas nos contratos futuros de juros nos Estados Unidos, já eram de 88%. Isso dava força ao dólar ante diversas moedas de países exportadores de commodities.
“Tem vindo números norte-americanos da economia melhores que o esperado. Isso valoriza o dólar lá fora e aqui dentro também”, pontuou o diretor da Correparti, Jefferson Rugik.
Segundo ele, o adiamento da apresentação do arcabouço fiscal ao Congresso para amanhã também ajudou a sustentar o avanço do dólar.
“Acho que ficou para amanhã. Mas pode ser amanhã, pode ser depois”, disse o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em Brasília.
À Reuters, um operador confirmou o desconforto. Para ele, o adiamento amplia a ansiedade do mercado, ainda que haja uma expectativa otimista sobre a tramitação do arcabouço no Congresso.
Apesar do avanço do dólar no pregão de hoje, profissionais do mercado seguem afirmando que há espaço para o dólar atingir patamares ainda mais baixos no curto prazo, afastando-se um pouco mais da linha de R$ 5,00.
Podem contribuir para isso a própria tramitação do arcabouço e o fato de o Brasil seguir com juros básicos elevados, atualmente em 13,75% ao ano, o que torna o país atrativo para os investidores estrangeiros.