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Dólar salta ante real em linha com exterior e ajustes antes do fim do semestre

28 jun 2023, 9:22 - atualizado em 28 jun 2023, 10:44
Dólar, Moedas, Câmbio, Mercados
Às 10:23 (horário de Brasília), o dólar à vista avançava 1,32%, a 4,8618 reais na venda (Imagem: REUTERS/Ricardo Moraes)

O dólar passou a subir acentuadamente frente ao real nesta quarta-feira, acompanhando em parte a valorização da divisa norte-americana no exterior conforme investidores aguardavam falas de autoridades de grandes bancos centrais, em meio ainda à adoção de posições defensivas na cena doméstica a poucos dias do fim do semestre.

Às 10:23 (horário de Brasília), o dólar à vista avançava 1,32%, a 4,8618 reais na venda.

Na B3, às 10:23 (horário de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,96%, a 4,8615 reais.

 

Jefferson Rugik, da Correparti Corretora, disse que esse salto estava amplamente em linha com movimento visto no exterior, onde o dólar ganhava terreno tanto contra uma cesta de pares fortes quanto em relação a divisas emergentes ou ligadas às commodities.

O foco dos mercados globais estava num painel de discussão com o chair do Fed, Jerome Powell, e com a presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, no fórum anual do BCE em Sintra, Portugal. A sessão está marcada para começar às 10h30 (horário de Brasília).

“Investidores ficarão atentos às sinalizações dos dirigentes dos principais bancos centrais, em meio a um maior pessimismo quanto à evolução da atividade econômica na região (da zona do euro)”, disse o Bradesco em relatório.

Na véspera, dados econômicos norte-americanos melhores do que o esperado pintaram um quadro mais otimista para a atividade dos EUA, o que pode alimentar expectativas de que o Federal Reserve precisará elevar os juros mais duas vezes este ano. Isso, por sua vez, jogaria a favor do dólar frente a outras divisas globais.

Além disso, no Brasil, por trás do enfraquecimento do real havia “movimento de proteção interna com a possibilidade de novas saídas de investidores estrangeiros do país em função do encerramento do primeiro semestre”, explicou Rugik, da Correparti. Comportamentos sazonais desse tipo ao encerramento de semestres são muito comuns.

Enquanto isso, operadores aguardam a reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN) na quinta-feira em meio a especulações sobre os próximos passos da política monetária doméstica. Na véspera, a ata da última reunião do Copom mostrou que a maioria dos membros do Banco Central apoiaria uma queda dos juros em agosto caso se mantenha o cenário de arrefecimento da inflação.

A moeda brasileira tende a se beneficiar de juros mais altos, mas boa parte do mercado acredita que, ainda que o Banco Central comece o processo de cortes da Selic no futuro próximo, os juros reais seguirão favoráveis à atração de investimentos, ainda mais num ambiente de arrefecimento da inflação. Isso, por sua vez, tem ajudado a derrubar o dólar para os patamares mais baixos em mais de um ano.

(Atualizada às 10:44)