Mercados

Dólar sobe 2,2% com piora da Covid-19 no Brasil e fecha a R$ 5,64

24 mar 2021, 17:15 - atualizado em 24 mar 2021, 17:38
Dólar
O dólar à vista fechou esta quarta cotado a 5,6380 reais na venda (Imagem: Pixabay)

O dólar (USDBRL) saltou 2,20% nesta quarta-feira e registrou a maior alta diária em seis meses, voltando a ficar acima de 5,60 reais, num movimento puxado pela piora da percepção de risco relacionado ao Brasil à medida que a pandemia explode no país e ameaça a perspectiva de retomada econômica e de debate sobre reformas.

Com o rali desta sessão, o dólar zerou as perdas acumuladas desde a semana passada, quando o Banco Central surpreendeu ao elevar os juros em ritmo mais forte que o imaginado.

O dólar à vista fechou esta quarta cotado a 5,6380 reais na venda. A alta de 2,20% é a mais forte desde 18 de setembro de 2020 (+2,77%).

A moeda mostrou grande oscilação entre a mínima (5,491 reais, queda de 0,47%) e a máxima (5,6435 reais, ganho de 2,30%).

Mas a menor cotação do dia foi registrada logo no começo do pregão. Já na sequência, o dólar entrou numa gradual e estável rota ascendente, alcançando os picos intradiários já perto do encerramento dos negócios no mercado à vista.

Enquanto isso, vários analistas citavam o avanço da Covid-19 como um ponto de atenção, depois que o Brasil superou pela primeira vez desde o início da pandemia a marca sombria de 3 mil óbitos pela doença registrados em um único dia, com 3.251 mortes em 24 horas.

Vários analistas citavam o avanço da Covid-19 como um ponto de atenção (Imagem: Pedro Guerreiro/Ag. Pará)

Na terça-feira, dia em que o Brasil registrou o novo recorde de fatalidades, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que o governo federal fará de 2021 o ano da vacinação dos brasileiros contra a doença, em um pronunciamento em rede nacional marcado por protestos contra ele.

“Temos que olhar daqui para frente como vai ser a vacinação no país”, disse Gibertoni, acrescentando que a alta dos casos de Covid-19, além de ter forte impacto sanitário, acaba atrapalhando a volta da economia. “A vacina tem que ser foco primordial do governo.”

O mercado deve ficar de olho ainda na Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2021, cujo parecer final deve começar a ser discutido pela Comissão Mista de Orçamento (CMO), com previsão de votação pelo Congresso Nacional na quinta-feira.