Dólar sobe 1,5% seguindo exterior e cautela local, de olho no BC
O dólar à vista opera em alta de 1,5% frente ao real, negociado a R$ 5,23 para venda, em um combo de notícias aqui e lá fora.
Lá fora, a moeda norte-americana exibe mais um dia de força em relação aos seus principais pares. O Dollar Index novamente atingiu picos de máxima em mais de 20 anos – desde janeiro de 2002 -, ao bater os 110,5 pontos.
Há pouco, o indicador subia 0,6%, acima dos 110,2 pontos.
PMI dos EUA
Além do ajuste técnico na volta do feriado nos Estados Unidos, o mercado reage aos dados de atividade no país.
O índice que mede a ‘saúde’ do setor de serviços registrou nova queda em agosto, aos 43,7 pontos, de 47,3 em julho. Foi o pior declínio desde maio de 2020
Já o índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) composto, que agrega também o setor industrial, chegou a 44,6 em agosto, após marcar 47,7 pontos no mês anterior.
Emergentes em queda
Entre as principais moedas de países emergentes, o real é a que tem a queda mais intensa ante o dólar.
A economista-chefe da Veedha Investimentos, Camila Abdelmalack, destaca o enfraquecimento das commodities no pregão, como o petróleo.
Fato que, segundo ela, fortalece a apreciação global da moeda norte-americana.
No combo de notícias do exterior, adiciona-se um movimento de cautela local antes do feriado de 7 de setembro.
Proteção e BC no radar
Véspera de feriado, normalmente, resulta em movimento de proteção. E o volume de negócios não é dos melhores.
Além disso, investidores locais digerem a declaração do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, ontem, com sinais de que a taxa Selic pode ter mais uma alta, de 0,25 ponto percentual, indo a 14% ao ano.
O recado do mandatário do BC foi de que não há no horizonte possibilidade de redução da Selic. O resultado disso é ajuste também na curva de juros, com os DIs operando em alta.
“É incorreto considerar que Campos Neto foi ‘hawkish’ [duro] em suas declarações. Ele apenas deixou claro que a inflação segue estruturalmente elevada”, avalia o estrategista-chefe da Levante, Rafael Bevilacqua.
Enquanto isso, o diretor de Política Monetária do BC, Bruno Serra, declarou hoje que mercado de câmbio no Brasil está equilibrado após normalização de fluxos para o país.
Com isso, o real é a “melhor moeda” no ano mesmo com o aperto monetário em economias avançadas, disse Serra.
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