Dólar

Dólar salta quase 2% ante o real e volta a encostar em R$ 6,00 com tensão comercial entre EUA e China

10 abr 2025, 13:04 - atualizado em 10 abr 2025, 17:47
dólar (1) banco central leilões
O dólar à vista recupera as perdas da véspera e opera em forte alta após a Casa Branca confirmar taxa de 145% sobre os produtos chineses (Imagem: REUTERS/Lee Jae-Won)

O dólar recupera as perdas da véspera e tem forte alta nesta quinta-feira (10), com a escalada da guerra tarifária entre China e Estados Unidos ainda no centro das atenções do mercado.

No início da tarde,  dólar à vista (USDBRL) renovou a máxima intradia  a R$ 5,9557 (+1,85%). A divisa encerrou encerrou as negociações a R$ 5,8988, com avanço de de 0,88% — no maior nível desde 10 de março. 



O movimento destoa da tendência vista no exterior. O DXY, indicador que compara o dólar a uma cesta de seis divisas globais como euro e libra, caiu.

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O que impulsiona o dólar  ante o real?

A divisa norte-americana ganha força ante as moedas emergentes com a escalada da guerra comercial entre os Estados Unidos e a China. Ontem (9), o presidente norte-americano, Donald Trump, elevou as tarifas contra os produtos chineses para 125%, em retaliação a alíquota de 84% imposta pelo país liderado por Xi Jinping aos bens e mercadorias fabricados nos EUA.

Já nesta quinta-feira (10), a China anunciou a restrição aos filmes produzidos em Hollywood. Em nova reposta, os EUA aumentaram, pelo terceiro dia consecutivo, as tarifas contra a segunda maior economia, para 145% — que, segundo a Casa Branca, é uma correção em relação ao divulgado na véspera (9). 

Com o acirramento da tensão entre as duas maiores economias do mundo, as moedas dos países mais dependentes da China caem forte, inclusive o real. Isso porque os países emergentes possuem relações comerciais robustas com a China e devido ao impacto do impasse comercial sobre preços de commodities, com destaque para as quedas nos preços do petróleo — com o Brent recuando mais de 3%.

Os investidores também reagem a novos dados de inflação nos EUA, ainda que em segundo plano. O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) caiu 0,1% em março, informou o Departamento do Trabalho do país. A inflação norte-americana acumula alta de 2,4% em 12 meses.

Após o dado, os agentes financeiros reduziram a aposta de que o Federal Reserve (Fed) deve manter os juros inalterados na faixa de 4,25% a 4,50% ao ano na próxima reunião, em maio. De acordo com a ferramenta FedWatch, do CME Group, os traders veem 73,4% de chance de o Fed decidir pela manutenção dos juros, ante a probabilidade de 79,6% ontem (9).

“Os dados trazem algum alívio em relação à trajetória inflacionária, mas a progressão futura continua sendo uma preocupação em meio às idas e vindas das tarifas de importação do governo americano, cujos efeitos ainda são incertos. Em cenários normais, o dado de hoje poderia favorecer o Fed a cortar juros mais cedo (o próximo corte está estimado para junho), mas, em meio à guerra comercial, o discurso baseado em cautela tende a continuar”, afirma Danilo Igliori, economista-chefe da Nomad.

Por aqui, os investidores aguardam a divulgação de novos indicadores econômicos, entre eles, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de março e o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado a prévia do Produto Interno Bruto (PIB), de fevereiro.

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Repórter
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
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