Dólar sai de máximas ante real e caminha para 2ª baixa semanal consecutiva
O dólar abandonou máximas acima de 5,47 reais nesta sexta-feira, ficando a caminho de registrar sua segunda semana consecutiva no vermelho depois de alívio em temores políticos domésticos e arrefecimento nos rendimentos dos Treasuries.
Às 14:01 (de Brasília), o dólar à vista avançava 0,11%, a 5,4229 reais na venda. No pico intradiário, alcançado nas primeiras horas de negociação, a moeda chegou a tocar os 5,4760 reais (+1,09%), mas foi perdendo fôlego ao longo do final da manhã e do início da tarde.
Na mínima do dia, alcançada por volta de 13h20, o dólar foi a 5,4048 reais (-0,23%).
No exterior, o índice do dólar frente a uma cesta de moedas operava em queda de 0,2% nesta tarde, abandonando estabilidade vista no início do pregão brasileiro.
Peso mexicano, peso chileno e rand sul-africano, divisas emergentes pares do real, tinham ganhos contra o dólar nesta sessão.
No mercado de títulos soberanos dos EUA, a taxa do Treasury de dez anos –que tende a influenciar a direção do dólar– tinha queda, afastando-se de máximas em dois anos atingidas mais cedo na semana.
Ao sair das máximas da sessão, o dólar ficava a caminho de cair cerca de 1,6% na semana, depois de fechar a última sexta-feira em 5,5125 reais na venda. Isso configuraria sua segunda semana consecutiva de desvalorização, período em que acumularia queda de 3,6%.
Em relatório divulgado na noite de quinta-feira, o Citi disse que os mercados brasileiros parecem ter recebido bem comentários do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) –líder nas pesquisas de intenção de voto para a eleição de outubro–, que fez na quarta-feira acenos a partidos mais à direita.
“Isso gerou uma resposta positiva nos preços dos ativos nesta semana, tanto no mercado de câmbio quanto no de juros”, afirmaram os estrategistas do banco norte-americano.
“Apesar de seus comentários, Lula ainda é visto como o pior cenário para os preços dos ativos” brasileiros, acrescentou o Citi, afirmando que eles devem ter desempenho inferior ao de seus pares nos meses que antecederão o primeiro turno, algo comum em anos de decisões eleitorais.
Além dos comentários de Lula, participantes do mercado apontaram o arrefecimento nos rendimentos dos Treasuries e um rali das commodities nos últimos dias como fatores de impulso para o real na semana.