Dólar ronda estabilidade após IPCA abaixo do esperado e com expectativas sobre Fed
O dólar tinha pouca alteração frente ao real nesta quarta-feira, com investidores digerindo dados de inflação domésticos mais brandos do que o esperado, enquanto, no exterior, o clima era de expectativa em relação aos próximos passos do Federal Reserve.
Às 10:22 (horário de Brasília), o dólar à vista recuava 0,08%, a 4,9080 reais na venda.
Segundo Fernando Bergallo, diretor de operações da FB Capital, a queda apenas tímida do dólar reflete, em parte, um “movimento sutil de realização; afinal de contas, temos mais de 3% de queda acumulada nos últimos 4 pregões”.
Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,16%, a 4,9295 reais.
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O IPCA subiu 0,23% em maio, depois de ter avançado 0,61% em abril, informou o IBGE nesta quarta-feira. O resultado é o mais fraco desde setembro de 2022 (-0,29%) e ficou bem abaixo da expectativa em pesquisa da Reuters de um avanço de 0,33% do índice.
Nos 12 meses até maio o índice acumulou alta de 3,94%, contra 4,18% antes, atingindo o patamar mais fraco desde outubro de 2020 (+3,92%).
Alguns investidores têm apontado os sinais de abrandamento da inflação como uma notícia bem-vinda para a economia e os mercados financeiros brasileiros, com destaque para a bolsa paulista, uma vez que podem avalizar um afrouxamento dos juros do Banco Central de forma técnica, e não sob pressão política.
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva vem pedindo há meses uma redução da taxa Selic, atualmente em 13,75%, apesar da resistência do BC.
Por outro lado, pensando especificamente no mercado de câmbio, “não acredito que (o IPCA) esteja fazendo preço hoje, mas sem dúvida vai impactar a previsão do mercado para o diferencial de juros (entre Brasil e EUA): diferencial diminui, dólar sobe”, disse Bergallo.
No exterior, o clima era de expectativa antes da reunião de política monetária do Federal Reserve da semana que vem, com a maioria dos operadores prevendo manutenção da taxa básica de juros norte-americana. Cenário de estabilidade dos juros nos EUA tende a deixar o dólar pressionado globalmente, segundo participantes do mercado.
Antes do encontro do banco central norte-americano, serão divulgados dados de inflação que podem oferecer novas pistas sobre o provável movimento de política monetária do Fed.
Já na China, limitando o apetite por risco, dados mostraram que as exportações encolheram muito mais rápido do que o esperado em maio, enquanto as importações ampliaram a queda.
“A surpresa negativa nas exportações é mais um sinal de fragilidade do crescimento global”, escreveu Dan Kawa, CIO da TAG Investimentos.
Na véspera, o dólar à vista fechou o dia cotado a 4,9118 reais na venda, com baixa de 0,39%.
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(Atualizada às 10:48)