Moedas

Dólar ronda estabilidade ante real com exterior e Congresso dividindo atenções

04 fev 2021, 10:53 - atualizado em 04 fev 2021, 10:53
Às 10:46, o dólar avançava 0,11%, a 5,3752 reais na venda (Imagem: Pixabay)

O dólar era negociado perto da estabilidade contra o real na manhã desta quinta-feira, depois de ter subido mais cedo em linha com fortalecimento da divisa norte-americana no exterior, enquanto o andamento da agenda do governo brasileiro sob as novas presidências no Congresso continuava no radar.

Às 10:46, o dólar avançava 0,11%, a 5,3752 reais na venda, enquanto o dólar futuro negociado na B3 subia 0,34%, a 5,368 reais.

Mais cedo, na máxima do dia, o dólar spot chegou a saltar 0,46%, a 5,3942 reais na venda.

Esse comportamento ficou em linha com os ganhos apresentados pelo índice do dólar contra uma cesta de rivais, que operava em alta de 0,3% em meio a sinais de retomada econômica nos Estados Unidos.

Dados de emprego da ADP mostraram na quarta-feira um aumento na criação de vagas no país, enquanto dados do ISM indicaram que a atividade do setor de serviços atingiu seu nível mais alto em quase dois anos em janeiro.

Os dados positivos vieram em meio à busca de aprovação de mais 1,9 trilhão de dólares em estímulo econômico por parte dos democratas dos EUA.

O Congresso norte-americano, controlado pelo partido azul, avançou na quarta-feira com uma manobra para aprovar um pacote de alívio do presidente Joe Biden sem apoio republicano.

Outras moedas de países emergentes, como rand sul-africano e peso mexicano, operavam em queda contra o dólar nesta manhã à medida que os investidores acompanhavam o avanço da proposta nos Estados Unidos. O dólar australiano, sensível a risco, rondava a estabilidade.

Enquanto isso, no Brasil, o cenário político e econômico dominava a atenção dos mercados depois que o presidente Jair Bolsonaro entregou aos presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), a lista de projetos prioritários do governo.

O documento incluiu medidas como a reforma tributária e administrativa, além de privatizações e autonomia do Banco Central.

A semana tem sido marcada pela reação positiva dos mercados ao cenário político em Brasília, com a eleição de uma liderança alinhada ao governo no Congresso sendo vista como potencial impulso para a agenda de Bolsonaro. A divisa norte-americana já perdeu mais de 2% contra o real desde o fechamento da última sexta-feira.

“As eleições na Câmara e no Senado e manifestação de compromisso das Casas com ajuste fiscal e respeito ao teto de gastos dão um sinal importante para o mercado, e por isso que o dólar voltou (recuou) um pouco”, disse à Reuters Fábio Galdino, head de Fundos Imobiliários da Vero Investimentos.

Banco Central
O documento incluiu medidas como a reforma tributária e administrativa, além de privatizações e autonomia do Banco Central (Imagem: Leonardo Sá/Agência Senado)

Ainda assim, ele alertou para a persistência de cautela entre os investidores, que devem continuar acompanhando o cenário político e econômico e as condições da dívida pública.

Em ano marcado por explosão das despesas governamentais e encolhimento da arrecadação tributária diante do baque da pandemia da Covid-19, o rombo fiscal do setor público atingiu patamares sem precedentes em 2020, e a dívida pública bateu recorde, a 89,3% do PIB.

Diante desse cenário, um dos principais pontos de cautela para os investidores é a prorrogação do auxílio emergencial em resposta à Covid-19, com temores de que esses gastos estressem ainda mais a situação fiscal doméstica.

Os novos presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado comprometeram-se na quarta-feira a avaliar uma forma de retomar o auxílio emergencial, respeitando o teto de gastos.

Na véspera, o dólar spot teve alta de 0,25%, a 5,3695 reais na venda.

O Banco Central fará nesta sessão leilão de swap tradicional para rolagem de até 16 mil contratos com vencimento em junho e outubro de 2021.

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