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Dólar renova máxima do ano e atinge R$ 5,53 em meio a declarações de Campos Neto

27 jun 2024, 12:52 - atualizado em 27 jun 2024, 17:47
dólar
Campos Neto disse que fazer intervenção no câmbio teria pouca funcionalidade no cenário atual. (Imagem: Getty Images/ Canva Pro)

Com os ânimos agitados nas discussões sobre o cenário fiscal e a política monetária no Brasil, o dólar à vista (USDBRL) renovou, mais uma vez, a máxima do ano nesta quinta-feira (27). 

A moeda norte-americana até começou o dia em queda em reação aos dados mais fortes que o esperado nos Estados Unidos. Mas, por volta de 12h (horário de Brasília), o dólar atingiu a cotação de R$ 5,5390, com alta de 0,36%, no mercado à vista. O maior nível desde janeiro de 2022. 

O mercado local reagiu às declarações do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, em coletiva de imprensa sobre o Relatório Trimestral de Inflação (RTI) – divulgado mais cedo

No final do pregão, a divisa norte-americana recuou, em linha com o desempenho da moeda no exterior e após novas declarações de Lula. O dólar terminou a quinta-feira (27) com queda de 0,22%, a R$ 5,5075.

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O que disse Campos Neto

Campos Neto disse que fazer intervenção no câmbio teria pouca funcionalidade no cenário atual.

“Como a gente trata o câmbio como flutuante, entendemos que atuação tem que ser causada por alguma disfuncionalidade pontual, não fazemos intervenção mirando nenhum tipo de nível”, afirmou.

Segundo ele, o real apresentou desvalorização em linha com variáveis que simbolizam o prêmio de risco do Brasil.

Além disso, o presidente do BC disse que as comunicações recentes da autoridade monetária buscaram não apresentar orientação futura para a taxa básica de juros, a Selic.

“Sobre alta de juros, não é o nosso cenário base, a gente entende que a linguagem adotada é compatível com não ter dado ‘guidance’ para o futuro neste momento”, afirmou.

Relatório Trimestral de Inflação

No RTI, o BC piorou as projeções para a inflação de 2024 de 3,5% para 4,0%.

A autoridade monetária estima que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de junho, julho, agosto e setembro a 0,33%, 0,12%, 0,07% e 0,21%, respectivamente.

Para os próximos anos, 2025 e 2026, o BC projeta uma inflação a 3,4% e 3,2%. “Na projeção do cenário de referência, a inflação sobe no segundo trimestre de 2024 e depois retoma trajetória de declínio, mas ainda permanece acima da meta”, diz o relatório.

Segundo o BC, as chances de estouro do teto da meta em 2024, 2025 e 2026 subiram para respectivos 28%, 21% e 18%. Já as probabilidades de ficar abaixo do piso são de zero, 9% e 11%.