Moedas

Dólar recupera-se de mínimas de 2 semanas; volatilidade do euro sobe

26 fev 2020, 9:50 - atualizado em 26 fev 2020, 10:10
Câmbio
Com o surto começando a se espalhar rapidamente para o Oriente Médio e a Europa, alguns investidores não veem mais a economia dos EUA como imune (Imagem: REUTERS/Sergio Moraes)

O dólar recuperava-se nesta quarta-feira de uma mínima de duas semanas atingida na sessão anterior uma vez que os investidores reduziam as expectativas de que o Federal Reserve vai sinalizar mais afrouxamento da política monetária conforme o coronavírus se espalha rapidamente fora da China.

Entretanto, o sentimento do mercado permanecia de cautela, com medidas de volatilidade implícita no euro/dólar subindo para máximas de quatro meses e meio enquanto moedas ligadas a commodities como os dólares australiano e neozelandês ficavam sob nova pressão de venda.

“O tema de aversão ao risco ainda está impactando os mercados cambiais, embora os mercados estejam começando a precificar algumas de suas expectativas excessivas de afrouxamento da política monetária”, disse Manuel Oliveri, estrategista de câmbio do Crédit Agricole.

Isso ficou evidente nas variações esperadas de preços para o euro, com vencimentos de um mês subindo para 5,7% depois de atingirem a mínima de seis anos de 2,3% na semana passada.

Mas as variações em derivativos tinham pouco impacto nos mercados, com a moeda única encontrando dificuldades para ir acima do nível de 1,09 dólar nesta quarta-feira. Ele era negociado a 1,08760 dólar.

Moedas Euro
Contra uma cesta de moedas, o dólar ganhava 0,1%, a 99,04, recuperando-se da mínima de duas semanas (Imagem: Reuters/Regis Duvignau)

As moedas ligadas a commodities estavam sob pressão de venda, com os dólares australiano e neozelandês perdendo 0,5% cada contra o dólar.

Com o surto começando a se espalhar rapidamente para o Oriente Médio e a Europa, alguns investidores não veem mais a economia dos EUA como imune e começam a apostar que o banco central norte-americano terá que cortar os juros para sustentar a economia.

Mas o vice-chair do Fed, Richard Clarida, disse na terça-feira que o banco central monitora o impacto da epidemia sobre a economia dos EUA mas que ainda é muito cedo para avaliar se isso exigirá uma mudança na política monetária.

Embora os mercados monetários tenham também elevado as expectativas de mais cortes pelo Fed, com os juros futuros precificando agora cerca de 60 pontos básicos de cortes até o fim do ano contra apenas 40 pontos um mês antes, os investidores estão um pouco mais cautelosos.

“A significativa inclinação dovish que está sendo precificada pelos mercados pode não se materializar e isso pode provocar a próxima etapa do rali do dólar”, disse Peter Chatwell, chefe de multiestratégia do Mizuho Bank.

Contra uma cesta de moedas, o dólar ganhava 0,1%, a 99,04, recuperando-se da mínima de duas semanas de 98,876 atingida na sessão anterior.

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