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Dólar passa a subir com receio de mais tensões entre governo e BC após tom duro do Copom

23 mar 2023, 9:20 - atualizado em 23 mar 2023, 12:22
Dólar
Às 12:00 (horário de Brasília), o dólar à vista avançava 0,70%, a 5,2730 reais na venda (Imagem: REUTERS/Ricardo Moraes)

O dólar passou a subir acentuadamente frente ao real nesta quinta-feira, em meio a temores de que o governo reforce as críticas ao Banco Central, depois que a autarquia manteve a taxa Selic em elevados 13,75% na véspera e não deu indícios de planejar cortá-la em breve.

Às 12:00 (horário de Brasília), o dólar à vista avançava 0,70%, a 5,2730 reais na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,56%, a 5,2805 reais.

Além da manutenção da taxa básica de juros, o BC não apresentou sinal concreto sobre um eventual afrouxamento monetário à frente, contrariando expectativas no mercado e no governo por uma indicação sobre o momento em que poderia iniciar os cortes na taxa básica de juros.

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Investidores mostravam preocupação com possível aumento das tensões entre o governo e a autoridade monetária na esteira do Copom, com muitos citando temores de que cresça a pressão política dentro do PT por eventual demissão do presidente do BC, Roberto Campos Neto.

“É só isso que está pesando” sobre o real nesta sessão, disse à Reuters Hideaki Iha, operador de câmbio da Fair Corretora. “O BC não demonstrou nenhuma boa vontade… Esse ruído político vai ser complicado.”

Na véspera, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já disse que considerou o comunicado da decisão de juros “muito preocupante”, na mais recente crítica ao patamar da Selic. Nesta quinta, a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, afirmou que espera ver na ata da reunião do Copom uma postura “imparcial e justa com o Brasil”.

Turbulências locais à parte, quanto mais altos são os juros no Brasil, mais o real tende a se beneficiar, uma vez que fica atraente para estratégias de “carry trade”, que consistem na tomada de empréstimo em país de taxas baixas e aplicação desses recursos em praça mais rentável.

Não fossem os ruídos domésticos, esse atrativo ganharia ainda mais força diante de sinais de moderação da postura de política monetária do Federal Reserve, que na véspera subiu os juros em apenas 0,25 ponto percentual e indicou que pode pausar seu ciclo de aperto antes do esperado na esteira de recentes turbulências no setor bancário, disseram profissionais do mercado.

O índice do dólar contra uma cesta de pares fortes caía 0,25% nesta manhã.

(Atualizada às 12:21)

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