Dólar sai de mínimas conforme mercado digere relatório de emprego dos EUA
O dólar chegou a ser negociado na casa dos 5,13 reais na manhã desta sexta-feira, antes de devolver boa parte dessas perdas à medida que os investidores digeriam os detalhes de um importante relatório de emprego dos Estados Unidos.
O Departamento do Trabalho norte-americano informou que foram criadas 235 mil vagas de trabalho na economia norte-americana em agosto, resultado muito abaixo da expectativa em pesquisa da Reuters de abertura de 728 mil.
Instantes após a divulgação dos números, a moeda norte-americana foi à mínima do dia de 5,1320 reais na venda contra a divisa brasileira, queda de 0,98%, acompanhando movimento global de desvalorização do dólar em meio a apostas de que o Federal Reserve manteria, por ora, seu forte estímulo à economia.
Mas a desvalorização intensa durou pouco, e às 11:35, o dólar recuava 0,05%, a 5,1805 reais na venda.
No exterior, o índice do dólar contra uma cesta de pares fortes reduzia suas perdas a 0,15%, a 92,089, depois de tocar uma mínima em 1 mês de 91,941 na esteira dos dados de emprego. Em Wall Street, os três principais índices acionários dos EUA abriram no vermelho.
“A criação de vagas no ‘payroll’ veio bem abaixo do esperado, mas, quando você analisa com atenção, vê que o reajuste salarial norte-americano veio bem acima das expectativas”, explicou à Reuters Thomas Giuberti, sócio da Golden Investimentos.
A renda média por hora dos trabalhadores do setor privado dos EUA subiu 0,6% em agosto. A expectativa em pesquisa da Reuters era de alta de 0,3%.
“Isso significa que pode começar a ser questionado o quanto será transitória a inflação nos Estados Unidos”, disse Giuberti, levantando também a possibilidade de que a desaceleração na abertura de vagas nos EUA leve o governo democrata no poder a intensificar seus gastos fiscais, o que poderia impulsionar a alta dos preços.
Sinais de inflação mais alta na maior economia do mundo tendem a elevar as apostas de que o Federal Reserve começará em breve a reduzir suas grandes compras mensais de títulos, o que, por sua vez, é visto como prejudicial para ativos arriscados.
(Atualizada às 11:49)